Paulo Guedes, ministro da Economia, tenta um encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para “aliviar o ambiente” entre Executivo e Congresso às vésperas da votação do parecer da reforma da Previdência na comissão especial.
Fontes ligadas ao ministro disseram que, nesta quarta-feira (26), Guedes e Maia se falaram, por telefone, após a divulgação de que o ministro teria feito críticas ao Congresso durante conversa com o governador o Ceará, Camilo Santana (PT).
Guedes precisou desmentir que teria dito a Santana que o Congresso é uma “máquina de corruptos”. A equipe econômica teme por atrasos na previdência, e busca aliviar a situação para evitar problemas na votação da reforma.
No entanto, Maia e parlamentares afirmam, que Guedes cometeu “grosserias” com eles, e que agora o ministro tenta “contornar” a situação.
O ministro e o presidente da Câmara, que costumavam ter excelente relação, estão afastados desde que Guedes fez, no dia 14 de junho, críticas a alterações no relatório da reforma da previdência, em discussão na Câmara. O ministro chegou a dizer que deputados “abortaram” a nova Previdência – o que deixou ps deputados irritados.
Desde então, Maia e Guedes não conversam pessoalmente. Marcaram uma reunião na segunda-feira (24), mas desistiram.
O líder da maioria na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro, disse nesta quinta-feira (27), não acreditar que Executivo e Legislativo atrasem a Previdência na comissão especial. “Maia está totalmente empenhado na construção de acordos. Mas o governo não ajuda.”, declarou.
Perguntado se a intenção é, ainda, votar a previdência no primeiro semestre, ele disse que sim, mas que tudo depende de busca de votos. “Se você me perguntar se alguém tem mapa de votos, te respondo: não tem, ninguém tem.”