O procurador da República Welligton Oliveira, autor da denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald, é um aliado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Greenwald foi denunciado por “invasão de celulares”. De acordo com o site Brasil 247, Oliveira também persegue o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há mais de uma década anos. Sua nova presa é o presidente a Ordem dos Advogados da Bahia (OAB), Felipe Santa Cruz.
De acordo com a publicação, Oliveira iniciou a perseguição a Lula muito antes de a operação político-judicial de Sergio Moro existir. Em 2007, Oliveira apresentou sua primeira denúncia contra Lula, quando ele ainda ocupava a Presidência, por suposto “desvio” de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).
Depois de 10 anos, em 2016, no embalo da Lava Jato, Oliveira chegou a ponto de abrir uma investigação por Lula ter supostamente ter se apropriado de um crucifixo que lhe teria sido presenteado quando era presidente. Já em dezembro de 2019, o procurador denunciou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, sob a acusação de ter caluniado o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Na ocasião, Santa Cruz disse, em entrevista a Mônica Bergamo da Folha de S.Paulo, que o ministro “banca o chefe da quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas”. A ação do procurador contra Santa Cruz teve reação imediata.
A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e outras entidades divulgaram nota afirmando que “além de um verdadeiro atentado à liberdade de expressão, [a iniciativa] simboliza o uso totalmente indevido da instituição Ministério Público Federal”. “Ao apresentar a denúncia, o procurador desonra a instituição a que pertence, tentando sufocar e intimidar a liberdade de crítica, própria não apenas de advogados, mas de todo cidadão em uma sociedade livre e democrática. Nesse caminho, flerta perigosamente com o autoritarismo”, completou a nota.
A defesa de Felipe Santa Cruz, entregou uma representação ao Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador Wellington Divino Marques de Oliveira.