O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a imprensa no último sábado (8) e, na porta do Palácio da Alvorada, cruzou os braços com as mãos fechadas, dando uma banana para os jornalistas.
Bolsonaro deixou a residência oficial no fim da tarde com destino a um evento evangélico no estádio Mané Garrincha. Na saída, parou para falar com apoiadores que enfrentaram a chuva para esperá-lo. Ao se aproximar dos jornalistas, ele disse que não responderia a perguntas e começou a criticar a imprensa.
O presidente reclamou das reportagens publicadas na quarta-feira (5), quando ele, ao defender o programa de prevenção à gravidez na adolescência da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), afirmou que uma pessoa com HIV –vírus da Aids– representa “uma despesa para todos no Brasil”.
“Eu falei: o que que faltou? Faltou uma mãe, uma avó que pudesse dar orientação para não começar a fazer sexo tão cedo. Qualquer pessoa com HIV é uma pessoa que, além do problema de saúde gravíssimo, que temos pena, é custoso para todo mundo. Vocês focaram que o aidético é oneroso no Brasil. Estou levando porrada de tudo quanto é grupo de pessoas que têm este problema lamentavelmente”, disse.
“Vocês não podem continuar agindo assim, destruindo reputações. Vê se vai ter alguma retificação de vocês no jornal amanhã? Não vai deixar porque o editor não vai deixar ir para frente. Eu quero conversar, quero ser amigo de vocês, mas não dá”, completou.
Na parte final de sua fala, Bolsonaro criticou a publicação, no sábado (8), do artigo “Fábio Lula da Silva e o peso de um sobrenome”, de Marco Aurélio de Carvalho, advogado que atua na defesa do filho do ex-presidente Lula no jornal Folha de São Paulo.”Para encerrar, Folha de S.Paulo de hoje. Inacreditável. Defendendo o filho do Lula. Está sendo perseguido porque é filho do Lula. Agora, esculhambaram com a avó da minha esposa, com a mãe da minha esposa, esculhambam meus filhos”, afirmou.
Antes de entrar no carro, Bolsonaro fez o gesto de banana para os jornalistas. “Vou dar uma banana para vocês, tá ok?”, disse, seguindo para o estádio sob a escolta de batedores.