O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (14/05) que os mais de 73 mil militares que receberam o auxílio emergencial de forma irregular “vão pagar um preço um pouco alto” por terem tentado burlar o sistema do governo para receber os R$ 600.
Segundo Bolsonaro, esses militares vão ter que devolver os recursos, como já determinou o Tribunal de Contas da União (TCU), e ainda vão sofrer uma punição disciplinar. O presidente alegou que, no meio militar, “quando alguém faz algo errado, o bicho pega”.
“Eles vão devolver a grana e vão sofrer, com toda certeza, uma punição disciplinar. O recruta, alguns quis (sic) dar um golpe aí e se deu mal. Vão pagar um preço um pouco alto, porque é uma medida que tentou burlar a legislação”, afirmou o presidente Bolsonaro, na sua live desta quinta-feira.
O presidente, contudo, também quis explicar o erro que permitiu o pagamento de cerca de R$ 43 milhões em benefícios emergenciais de R$ 600 para pouco mais de 73 mil militares. Ele alegou que se tratavam de recrutas que não declararam renda no ano passado e, por isso, acabaram passando pela análise cadastral que faz o filtro do benefício.
“Quem presta o serviço militar inicial é militar, é um soldado chamado recruta. O que aconteceu com muitos recrutas… Como ano passado não declararam renda e ficaram difícil de entrar no filtro, se inscreveram como beneficiário e receberam os R$ 600. Só que foram descobertos e, no nosso meio, quando o cara faz algo errado, o bicho pega”, alegou Bolsonaro.
Ele ainda disse “que a imprensa bateu muito” no assunto porque ele é um capitão do Exército.
Detentos
Segundo o presidente Jair Bolsonaro, o governo federal também está analisando a situação dos familiares de penitenciários que solicitaram os R$ 600. Segundo o governo, cerca de 39 mil cadastros do auxílio emergencial se encaixam nessa situação e vão passar por um processamento adicional, já que a lei que criou o benefício não libera a concessão dos R$ 600 para as famílias que já recebem algum benefício do governo, como o auxílio-reclusão.
“Por decisão do Ministério Público, teve que pagar os R$ 600 para familiar de preso, mas muito presidiário recebe auxílio reclusão”, reclamou Bolsonaro, dizendo que o governo vai seguir a lei e não deve, portanto, liberar o auxílio emergencial para as famílias que já recebem esse outro benefício. “Falei com o Canuto da Dataprev hoje e ele falou que esse pessoal, pouco mais de 30 mil, requereu, segurou para fazer o filtro do auxílio reclusão. Um detalhe né… É uma decisão que veio de cima para baixo para pagar o familiar do presidiário. Vamos cumprir o que manda a legislação”, afirmou Bolsonaro.