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O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, negou em entrevista à CNN nesta terça-feira (23) ter cometido qualquer irregularidade ao sair do Brasil.
No Estados Unidos, o investigado em inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e indicado por Jair Bolsonaro para a direção-executiva do Banco Mundial, admitiu não ter dupla cidadania mas não explicou se viajou ao país com o seu passaporte comum ou diplomático.
“Não houve crime algum. Pode apostar. Nunca fiz bobagem. Não vou começar agora, já velho […] Nada ilegal. Estou tranquilo”, assegurou.
O governo retificou a data da exoneração um dia depois de o Ministério Público pedir para o Tribunal de Contas da União (TCU) apurar a eventual atuação do Itamaraty na viagem de Weintraub aos EUA.
De acordo com um decreto do governo norte-americano, cidadãos de algumas nações, entre as quais o Brasil, devem fazer quarentena antes de entrar no país.
O MP quer saber se Weintraub se aproveitou da condição de ministro, mesmo não estando mais no governo, para obter um visto especial que autoriza entrada imediada nos EUA.
O vídeo abaixo explica que, dentre as exceções do decreto norte-americano sobre quarentena para a entrada de brasileiros nos Estados Unidos, estão ministros de Estado.
Explicação do governo
Em nota divulgada nesta terça, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que a exoneração de Weintraub foi publicada no sábado porque foi nesse dia que o pedido dele de saída do governo chegou às mãos da Secretaria-Geral.
No entanto, explicou a Secom, o comunicado de Weintraub pedia a demissão a partir da sexta-feira. Por isso, o ato oficial foi retificado.
Veja a íntegra da nota da Secom:
NOTA À IMPRENSA
Quanto à retificação da data de exoneração de Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub do cargo de Ministro de Estado da Educação, publicada em 23 de junho de 2020, esta Assessoria informa:
– A carta em que o então Ministro da Educação solicitou ao Presidente da República a exoneração do cargo de Ministro de Estado foi entregue ao Secretário-Geral no dia 20 de junho, sábado, que determinou a publicação em Diário Oficial da União extra.
– A entrada oficial do documento na Secretaria-Geral da Presidência da República ocorreu no dia 22 de junho, segunda-feira.
– Entretanto, na carta, o então Ministro da Educação solicitou exoneração do cargo a contar de 19 de junho de 2020, motivo pelo qual o ato foi retificado.