Bolsonaro diz que Brasil vive “finalzinho da pandemia”, apesar dos indícios de segunda onda

Por Redação
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Foto: José Cruz / Agência Brasil

Mesmo com o recente aumento no número de casos de Coronavírus no Brasil e apesar de algumas autoridades, como o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, já terem dito que estamos vivendo uma segunda onda de contágio, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pensa diferente. Ele declarou nesta quinta-feira (10/12), em um evento em Porto Alegre, que o Brasil está vivendo o “finalzinho da pandemia” do coronavírus.

“Ainda estamos vivendo um finalzinho de pandemia. O nosso governo, levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhor se saíram no tocante à economia. Prestamos todo os apoios possíveis a estados e municípios” defendeu, na cerimônia de inauguração do eixo principal da nova ponte do lago Guaíba.

O chefe de Estado disse, ainda, que “é menos ruim ter inflação que um desabastecimento” e que se os lavradores tivessem ficado em casa “teria sido um caos”. Depois, o presidente também criticou o tom usado pela imprensa no início da pandemia que, segundo ele, “gerou pavor”. “Nós devemos enfrentar os problemas. Não levar o caos, pavor. O que aconteceu no início da pandemia não leva a nada”.

Bolsonaro também voltou a defender o uso da hidroxicloroquina, apesar dos estudos que comprovam que não o remédio não é eficaz. Ele relacionou a queda de mortes no Brasil ao medicamento, sem apresentar dados que comprovassem a relação, e ainda citou o continente africano. A relação entre a Africa e o Covid foi a mesma citada em um evento na Bahia. “A África não teve tantas mortes. Todos esperavam o contrário, que pessoas pobres, com necessidades, seriam as mais afetadas. E por quê? Porque o elemento chegava lá com malária e Covid, tomava cloroquina e melhorava. Precisa ser muito inteligente para saber que a cloroquina serve para as duas coisas? Não precisa. O Brasil começou cada vez mais a vencer obstáculos”, afirmou.

Segundo especialistas consultados pelo portal UOL, as razões para os índices mais baixos de coronavírus na África são cinco: o controle de outras epidemias, como ebola e cólera; uma suposta imunidade maior da população; o fator etário, considerando que a África tem uma população média jovem e a Covid-19 é mais letal entre os mais velhos; a comunicação menor com populações de outros continentes, reduzindo a possibilidade de contágio; e por fim, os baixos índices de testagem. Apesar disso, a África do Sul já admitiu que vive, neste momento, uma segunda onda de coronavírus.

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