Os 1,4 mil voluntários que receberam placebo durante os testes no Brasil da vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo laboratório Pfizer em parceria com a BioNTech vão começar a receber o imunizante ainda este mês. A informação foi divulgada pela própria Pfizer na quarta-feira (20/1).
A companhia informou que participantes do estudo em São Paulo e Salvador vão receber gratuitamente duas doses do imunizante apesar do fato de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não ter aprovado o uso da vacina no país. O laboratório disse que o procedimento está de acordo com as tratativas definidas junto ao órgão e faz parte do termo de consentimento assinado pelos participantes no início da pesquisa.
“Os voluntários do estudo interessados em receber a vacina deverão entrar em contato com os centros e receberão todos os esclarecimentos necessários. Todos os participantes seguirão em acompanhamento no estudo, conforme estabelecido em protocolo”, informou.
A Pfizer ainda não pediu sequer autorização para uso emergencial do seu imunizante no Brasil, ao contrário do que já ocorreu em outros países. Segundo a empresa, ela segue com o processo regulatório de submissão contínua de dados à Anvisa para obtenção do registro definitivo da vacina.
Além disso, na manhã desta quinta (21/1) o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas usou as redes sociais para manifestar sua insatisfação com a postura da empresa farmacêutica americana. Segundo ele, após ter aproveitado a boa fé de 1.500 voluntários baianos para o desenvolvimento do imunizante a empresa, agora, se recusa a vender doses da vacina para o governo.
A vacina foi aprovada em uso emergencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no último 31 de dezembro.