A médica Nise Yamaguchi resolveu processar o senador baiano Otto Alencar (PSD) após o debate entre ambos sobre as diferenças entre vírus e protozoários durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) viralizar nas redes sociais. Segundo a defesa da pesquisadora, Otto e Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, “perpetraram um verdadeiro massacre moral” a ela.
A oncologista pede indenização de R$ 160 mil por danos morais a cada um dos parlamentares alegando que, no depoimento no dia 1° de junho, foi vítima de misoginia, preconceito às mulheres e humilhação. “Atônita, [ela] viu um ser humano ter destroçada a sua dignidade enquanto médica, cientista e mulher”, defendem os advogados. As informações são da rede CNN.
Na ação, a médica afirma que Aziz e Alencar abusaram do direito da imunidade parlamentar e agiram “intencionalmente com morbo e com deliberada crueldade no escopo de destruir a imagem da médica perante toda a sociedade brasileira”. Nise Yamaguchi está entre os 14 investigados pela CPI.
Suas reclamações são baseadas, principalmente, nos vídeos que viralizaram em relação ao embate com o senador baiano, onde ela foi desacreditada. “Na grade curricular brasileira, os protozoários são estudados no 4° ano do estudo fundamental, fato este que por si só, demonstra a intenção de Otto Alencar em diminuir e humilhar publicamente Nise Yamaguchi, desprestigiando seu conhecimento científico.”, aponta a defesa da médica.
Omar Azis, de acordo com o documento, foi processado por ser “cúmplica” de Alencar, “posto que nada fez para impedir ou minorar a agressiva sanha de seu colega, sendo cúmplice e corresponsável pelos abusos suportados por Nise Yamaguchi”. Caso ganhe a ação, a médica afirma que doará o dinheiro a hospitais que atendem a crianças com câncer.
Em resposta a rede de tv, o senador Otto Alencar afirmou que seu advogado, assim que notificado, responderá de acordo com a lei que dá o direito de perguntar numa CPI. Quanto à pergunta sobre vírus e protozoário, o senador, que também é médico, disse que não a fez com o interesse de que se tornasse um meme.
“Não fiz com esse interesse. Na verdade, foi para demonstrar que a medicação que trata protozoários não tem eficácia para tratar vírus. Todo o tempo que perguntei, a tratei como doutora, senhora e Vossa Senhoria. Não fui o autor dos memes nem estimulei fazê-los”, se defendeu.