O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acha que as Forças Armadas estão um pouco perdidas quanto ao papel que realmente devem exercer no Brasil. Em sua opinião, há militares demais no governo federal e seu envolvimento com política é prejudicial para o país, especialmente sob domínio de Jair Bolsonaro (sem partido). Lula criticou a corporação em coletiva de imprensa, realizada na segunda-feira (16), em Pernambuco.
Prevendo uma vitória nas eleições de 2022, ele diz que vai conversar com os líderes das Forças Armadas após o pleito, dando o direcionamento que pensa ser o correto.
“O que nós vamos fazer com as Forças Armadas é para ela cumprir o seu papel constitucional. As Forças Armadas existem para garantir a soberania nacional. Ela tem que tomar conta das nossas fronteiras terrestres e marítimas. Ela tem que tomar conta do nosso espaço aéreo e ela precisa proteger o povo brasileiro, não se meter em política”, opinou, ressaltando que, para pleitear um cargo, os militares deveriam deixar a farda.
“Quando eu ganhar, eu vou conversar porque, aí, eu vou ser chefe deles e vou dizer o que eu penso e qual é o papel deles. Sabe, porque, definitivamente, a democracia não comporta um estado civil governado por quase 6 mil militares que estão em postos de confiança no governo Bolsonaro”, o petista ressaltou. A seu ver, o atual presidente empossa tantos militares porque teme a instituição.
“Ele adora ter relação com essa gente. São milicianos, é aposentado da Polícia Militar, são aposentados das Forças Armadas e eu, sinceramente, acho que o que ele está fazendo com as Forças Armadas é um desprestígio à instituição Forças Armadas. O que não pode é um presidente da República ficar dando emprego que é da área pública, civil, ficar colocando militar da reserva. Tem mais coronel e mais general dentro do governo do que nos quartéis. Isso tá errado”, Lula concluiu.