Para o deputado Major Vitor Hugo (GO), líder do PSL na Câmara e um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro no Congresso, o novo recorde de rejeição ao presidente apresentado em pesquisa Datafolha nesta quinta-feira (16) não reflete a recepção que o mandatário tem em suas viagens pelo país.
“Esse resultado não se coaduna com o que vemos nas ruas. Nas manifestações de 7 de Setembro nós vimos milhões de pessoas. Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Anápolis, e várias outras capitais e cidades grandes”, diz o parlamentar.
“Não existe nenhuma outra figura pública no Brasil que seja recebida de maneira tão carinhosa e efusiva como Bolsonaro em qualquer lugar que vá”.
“No dia 12, a oposição e movimentos com ideologias estranhas que um dia foram do nosso campo não conseguiram colocar três pessoas nas ruas. Não consigo ver alinhamento da realidade com o que o Datafolha tem publicado nesses meses todos”, completa.
O parlamentar argumenta que os percalços econômicos enfrentados pelo Brasil, com inflação e desemprego em alta, fazem parte de uma crise geracional internacional. Diante disso, ele projeta uma retomada econômica que anulará qualquer dano à imagem do presidente relacionada a esses índices negativos.
“Criamos mais de 1,5 milhão de empregos neste ano, tivemos o melhor abril em termos de contas públicas em sete anos, previsão de crescimento maior que 5%, mais de 250 milhões de vacinas distribuídas”, lista Vitor Hugo.
“Com esse gesto de grandeza do presidente de pacificação entre Poderes, tenho certeza que cada vez mais essas agruras causadas pelo problema mundial da pandemia vão ser resolvidas e nosso país vai decolar ainda mais. Se há algum resquício de popularidade, vai se dissipar com o passar do tempo”, acrescenta.
Líderes partidários ouvidos pelo Painel afirmaram que o resultado da pesquisa Datafolha aponta para a inviabilização da reeleição do mandatário em 2022.
“Acendeu a luz amarela. O Datafolha demonstra que a eleição vai ser muito difícil. Só com o público fiel ele não tem condições de ganhar a eleição. Ele teria que ampliar, disse Baleia Rossi, do MDB.
Não faltaram crises desde o mais recente levantamento do Datafolha. Bolsonaro fez desfilar tanques e blindados em Brasília, sem sucesso na tentativa de intimidar o Congresso que não aceitou a volta do voto impresso.
A economia registra problemas em série, a começar pela alta da inflação e da ameaça de crise energética no horizonte próximo.
O estouro do teto de gastos é uma hipótese cada vez mais comentada, e há pouca margem de manobra orçamentária para apostar numa recuperação de popularidade amparada em pacotes populistas.
Isso tem levado ao desembarque de setores usualmente simpáticos ao Planalto, como parte do agronegócio e do mercado financeiro. Fora a contínua crise sanitária que já levou quase 590 mil vidas no país e a percepção de corrupção federal evidenciada na CPI da Covid.