O ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro se filiou nesta quarta-feira (10) ao Podemos. A expectativa do partido é de que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (sem partido) seja lançado futuramente candidato a presidente da República nas eleições de 2022.
O ex-ministro não cravou a pré-candidatura ao Planalto no discurso em que defendeu o legado do combate à corrupção pela Operação Lava Jato, que o projetou nacionalmente. O ato da filiação ocorreu no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Moro relembrou alguns feitos da Lava Jato, como a recuperação de dinheiro desviado e a condenação de nomes proeminentes do setor privado e da política. Justificou ainda o convite do então presidente eleito Jair Bolsonaro para o Ministério da Justiça, em 2018, por ver ali possibilidades de “mudanças”.
“Era um momento que exigia mudança. Como juiz da Lava Jato, me sentia no dever de ajudar. Havia pelo menos uma chance de dar certo e eu não podia me omitir: aceitei o convite e ingressei no governo”, narrou.
No entanto, segundo o ex-ministro, a “carta branca” dada por Bolsonaro para sua atuação foi-lhe negada posteriormente.
“Queria combater a corrupção, mas, para isso, eu precisava do apoio do governo e esse apoio me foi negado”, declarou. “É mentira dizer que acabou a corrupção quando enfraqueceram as ferramentas para combatê-la”.
“Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar a população”, disse sem citar nomes.