O governador da Bahia Rui Costa (PT) disse, durante o Entrevista Sociedade, na manhã desta terça-feira (30), que não vai tomar decisão precipitada sobre a realização do Carnaval de 2022 em Salvador. De acordo com o gestor, ele não vai agir sob pressão.
“Eu fico perplexo quando a pergunta que eu tenho que responder mais é se vai ter ou não Carnaval, e não quando nós não teremos mais seres humanos na UTI correndo risco de morrer. Nesse ambiente eu não decidirei sob pressão. Nós estamos avaliando a situação no mundo e a situação na Bahia”, iniciou.
Rui aproveitou para falar sobre as comparações com o público nos estádios. “Muita gente tem comparado: ‘ah, mas tem público nos estádios’. Uma coisa é se ter 20 ou 30 mil pessoas sentadas, por mais que na saída eles se aglomerem. Outra coisa, é três milhões de pessoas juntas bebendo, namorando, todo mundo sabe como é Carnaval, não vou ficar explicando”.
“Portanto, decidi hoje, neste ambiente, que seria uma extrema irresponsabilidade com a vida das pessoas, seria jogar todo o esforço fora. Os comerciantes sofreram muito durante a pandemia, a população sofreu muito, os trabalhadores sofreram, todos sofreram. Então se eu jogar tudo fora por conta de um evento festivo, por mais importante que ele seja, acho que é precipitado e eu não tomarei decisão precipitada”, completou.
Na última segunda-feira (29), o prefeito Bruno Reis (DEM) disse, durante coletiva de imprensa, que a decisão sobre a realização do Carnaval de Salvador em 2022 depende de uma audiência com o governador.
“O governador disse que me procuraria, e eu disse que procuraria ele, e eu já fiz isso. Eu espero ter oportunidade para gente conversar e tomar a decisão em conjunto, que será tomada com toda cautela e segurança, diante de tudo que está acontecendo”, completou.
Réveillon
Ainda na entrevista, Rui disse avisou que vai notificar todas as prefeituras do estado para esclarecer que não vai oferecer nenhum tipo de suporte à qualquer festa de Réveillon, em razão da pandemia da Covid-19.
“Tudo que estiver em consonância com o decreto estadual, estaremos presentes. Aquilo que estiver fora do decreto, não estaremos presentes. Nenhuma festa de rua do tipo Réveillon vai ter menos de 100, 200, 60 mil pessoas juntas bebendo, se abraçando. Nós não recomendamos à população que não participe desses eventos”, disse o governador.
Rui destacou a “autonomia” reforçada em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) tanto para os municípios, quanto para o estado, responsável por questões de logística e, principalmente, pelo comando da segurança pública, na figura da Polícia Militar, que faz trabalho ostensivo em festas de rua de grande proporção.
“Os municípios têm autonomia para tomar decisão como disse o STF, mas o estado também tem e tomou a decisão que não participará destes eventos. Estamos notificando oficialmente todas as prefeituras de que o estado não estará”, comunicou.
Aumento do público em eventos na Bahia
Nesta terça, o Governo do Estado publicou no Diário Oficial o decreto que aumenta de três mil para cinco mil pessoas o limite máximo de público em eventos na Bahia. A medida vale para cerimônias de casamento, eventos urbanos e rurais, em logradouros públicos ou privados, circos, parques de exposições, solenidades de formatura, feiras, passeatas e afins; funcionamento de zoológicos, parques de diversões, museus e similares, desde que observados os protocolos sanitários.