O prazo para o troca-troca de partidos entre os deputados com mandato que irão disputar as eleições deste ano, a chamada janela partidária, termina nesta sexta-feira (01). Até o final do dia, muita coisa ainda pode acontecer. Mas o mapa político da bancada federal baiana já está praticamente definido. Dos 39 parlamentares Bahia, oito já confirmaram que estão trocando ou já se filiaram a uma nova agremiação. Alguns ficaram na ameaça, e garantem que não deixam as legendas atuais.
Apesar de ter se tornado a maior bancada na Câmara com a entrada do presidente Jair Bolsonaro (leia mais abaixo), o PL baiano ficou com saldo negativo no final das contas, ao menos até agora, pois do total de cinco parlamentares perdeu três e ganhou apenas um. Jonga Bacelar foi o que permaneceu. Saíram da sigla Abílio Santana (a caminho do PSC), Raimundo Costa (que deve ir para o Podemos) e José Rocha (já filiado ao União Brasil), enquanto João Roma (eleito pelo Republicanos) se filiou para poder concorrer ao governo da Bahia.
O União Brasil, que alimentava a expectativa de ter a maior bancada na Câmara, e por algum momento de fato esteve na liderança, perdeu na contagem geral o título para o PL, mas na Bahia saiu em vantagem durante a janela partidária. A sigla do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, pré-candidato ao governo, ganhou justamente da legenda do presidente da República um deputado: José Rocha. Agora, o União tem sete parlamentares pela Bahia: Arthur Maia, Elmar Nascimento, Dayane Pimentel (que chegou a cogitar ir para o Podemos), Igor Kannário, Leur Lomanto Júnior e Paulo Azi, além de Rocha.
A bancada baiana do Republicanos também cresceu, saltando de dois para três deputados. A legenda perdeu João Roma para o PL, mas ganhou as filiações de Alex Santana e de Marcelo Nilo. O primeiro saiu do PDT, deixando a sigla apenas com Félix Mendonça Júnior. O segundo deixou o PSB, onde permaneceu apenas a deputada Lídice da Mata.
O PSD até agora não sofreu baixas nem ganhos. O deputado Charles Fernandes, que ameaçava sair, disse hoje ao Toda Bahia que fica. Já o Podemos perdeu o único representante eleito que tinha pela Bahia, Bacelar, que escolheu o PV, partido que estava sem titular na Câmara pelo estado. Outro que pode ressurgir com representatividade baiana é o MDB, que, segundo o presidente de honra da legenda, Lúcio Vieira Lima, tirou do PROS o deputado Uldurico Junior.
Cenário geral
Ao menos 65 deputados federais aproveitaram a chamada janela partidária para mudar de partido com vistas às eleições de outubro. O prazo para o troca-troca sem punições acaba no fim desta sexta-feira. A ida de Jair Bolsonaro para o PL reverberou na Câmara. Bolsonaristas que estavam no PSL (que fundiu com o DEM e tornou-se o União Brasil) e em alguns outros partidos seguiram o presidente.
Assim, o PL é hoje a maior bancada da Casa, com 69 deputados. Antes da janela, eram 43 congressistas. E no início da legislatura, em 2019, o PL tinha 33 deputados e estava na 6ª colocação.
Como consequência, o União Brasil foi o partido que mais perdeu quadros neste período. Até agora, 29 deputados deixaram o partido. A debandada já era esperada, mas a recém-criada legenda esperava atrair mais quadros. Com a fusão de dois partidos, é hoje o que detém os maiores fundos partidários, ativo usado no convencimento de políticos.
Antes, o PT ocupava a liderança, com 53 deputados. O partido, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não teve alterações durante a janela. O Republicanos, que também está na zona de influência de Bolsonaro, foi a 2ª legenda que mais cresceu até o momento. O partido atraiu 12 deputados, passando de 31 para 43
Já o PP, partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, também cresceu. Ganhou seis congressistas, chegando a 48 deputados. A regra, criada pelos próprios políticos, permite que deputados federais, estaduais e distritais mudem de partido sem sofrerem consequências legais. O prazo foi aberto em 3 de março e vai até hoje. Caso um congressista saia do seu partido fora dessa janela, poderá perder o mandato, que pertence à legenda.