A briga entre pai e filho, Marcelo e Emílio Odebrecht ganhou mais um capítulo. Desta vez, o empreiteiro da Lava Jato protocolou na Justiça de São Paulo e na da Bahia documentos nos quais acusa o pai, ex- presidente do Conselho de Administração do Grupo Odebrecht, e o irmão de extorsão.
Segundo ele, ambos ‘condicionaram o fechamento de um acordo que estava sendo negociado com o grupo Odebrecht a que ele entregasse de graça aos dois a sua participação de 20,9% numa firma chamada EAO empreendimentos, que inclui as fazendas e as obras de arte da família’.
Ainda de acordo com Marcelo, as negociações estavam sendo feitas em sigilo, mas passou a gravar as conversas com negociadores indicados por Emílio ao perceber que o acordo não seria cumprido.
Segundo informações do O Globo, os diálogos transcritos sugerem que ‘a proposta para encerrar a briga entre Marcelo e empresa previa que ele desse como contrapartida sua parte na EAO’. Para Marcelo, sua parte nas fazendas, registrada na contabilidade da EAO com valor de R$ 74 milhões, vale na verdade entre R$ 150 e R$ 200 milhões.
JUSTIÇA – Marcelo e o grupo Odebrecht começaram as desavenças na Justiça, em dezembro de 2019, quando ele saiu da cadeia e passou a fazer novos depoimentos à Lava Jato, acusando o pai e o cunhado, Maurício Ferro, de desviar recursos da Odebrecht e da petroquímica Braskem.
Na época, o presidente da companhia, Ruy Sampaio, acusou Marcelo de chantagear a Odebrecht e moveu quatro ações contra o empreiteiro e sua família, pedindo a anulação dos pagamentos feitos pós chantagem.
Procurados pelo O Globo, nenhum dos envolvidos quis comentar o caso.