A operação da Polícia Federal (PF), que cumpre mandados contra empresários bolsonaristas investigados por defender um golpe de Estado caso Jair Bolsonaro (PL) perca as eleições, foi um dos assuntos principais nas conversas do presidente com apoiadores em São Paulo, nesta terça-feira, 23.
Apesar de não ter comentado publicamente sobre o assunto, internamente, Bolsonaro tem criticado o que considera um "absurdo" e incentivado seus interlocutores à mobilização.
"Vocês têm que se defender! Os políticos se defendem, os delegados se defendem, o Ministério Público também", exortou o candidato do Partido Liberal antes de pegar o microfone para discursar no evento promovido pela associação Esfera Brasil na casa de seu fundador, João Camargo.
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"Vocês, grandes empresários, têm que se defender. Amanhã pode acontecer com um ou outro aqui", aconselhou o presidente, segundo relatos.
Autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a Polícia Federal realizou buscas e apreensões em endereços ligados a todos que defendiam o golpe de estado em conversas do grupo de WhatsApp ‘Empresários & Política’, onde praticamente todos os integrantes fizeram ataques sistemáticos ao próprio STF, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a pessoas e instituições contrárias ao presidente Jair Bolsonaro.
São alvos da operação os empresários Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, Afrânio Barreira Filho, sócio da rede de restaurantes Coco Bambu; Ivan Wrobel, sócio da W3 Engenharia; José Isaac Peres, fundador do grupo Multiplan; José Koury, do shopping Barra World; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; e Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa.
No almoço, que contou ainda com a presença de André Esteves, do BTG Pactual, Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco e Flávio Rocha, da Riachuelo, o incômodo provocado pela operação era geral.