Condenado a 14 anos e 10 meses pelo crime de lavagem de dinheiro por conta do caso do bunker de R$51 milhões no apartamento em Salvador, o ex-ministro Geddel Vieira Lima deu sua primeira entrevista desde a soltura. Ele está em liberdade condicional, concedida pelo STF em fevereiro deste ano.
Desde que foi liberto, Geddel Vieira Lima fez algumas aparições públicas e manifestações em redes sociais, como quando falou sobre o famoso caso das malas de R$51 milhões. Nesta segunda-feira (19), em entrevista à rádio A Tarde FM, ele disparou que foi condenado à prisão, não a se manter calado e escondido. O ex-ministro também comentou sobre a vida na prisão.
“Quando você se depara com a imagem da porta de entrada da prisão, é como aquela imagem do Inferno de Dante, Dante Alighieri. ‘Vocês que entram, percam as esperanças’. E é isso mesmo. Você entra naquilo e começa uma luta contra você mesmo. É o si atormentando a si. E você tem que encontrar na fé, no apoio da família, nos amigos, na presença constante de meu pai – como foi no meu caso. Uma coisa espiritual. Senti o cheiro permanentemente”, contou Geddel Vieira Lima.
Ele também revelou que chorava muito, por diversos motivos: “Uma coisa espiritual. Senti o cheiro permanentemente. Chorava muito. Chorei de tristeza, de alegria. Eu sou chorão. Quando você chora é uma catarse da alma. Você chora de dor, alegria, felicidade”, afirmou.
Geddel Vieira Lima ainda aproveitou para alfinetar adversários e comentou que continuará a ter uma vida pública e se disse pronto para enfrentar as críticas que forem necessárias.
“Eu continuarei participando e não tentem me constranger. As mazelas que me atribuíram são públicas. Eu já estou pagando o preço por isso. Se alguém, além dos preços que me foram cobrados, quer que eu cumpra uma prisão perpétua ou quer me colocar, como muitos têm vontade, de me colocar no pelotão de fuzilamento e atirar, o momento é esse: saia candidato a deputado, muda a legislação e estabelece mudanças na lei”, finalizou.
Geddel foi ministro da Secretaria do Governo durante mandato de Michel Temer, e ministro da Integração Nacional do governo Lula, entre 2007 e 2010. Ele foi preso em 2017 por lavagem de dinheiro e associação criminosa e desde então cumpre pena.