Partido esquerdista pede que seja apurada a prática de “conduta atentatória contra o decoro parlamentar” pela deputada federal
O PSOL pediu, nesta terça-feira (1º), a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar após ela perseguir e apontar um revólver a um homem em São Paulo, na semana passada.
O partido pede ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que o documento seja recebido pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa com a devida instauração do processo disciplinar. Quer que seja apurada a prática de “conduta atentatória contra o decoro parlamentar” e, como pena, pede a perda do mandato de Zambelli. O pedido é assinado pelo presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e a bancada do partido na Câmara.
De acordo com a representação apresentada, “não há qualquer dúvida que a motivação da violência perpetrada pela representada [Zambelli] se deu por motivos políticos, sendo conhecida pela defesa ferrenha do atual presidente da República, que, destaque-se, foi derrotado nas urnas no dia seguinte ao episódio de violência”.
Na peça, o PSOL diz que, “ainda que tenha se sentido pessoalmente ofendida pelas falas da vítima, a representada e seus assessores não poderiam ter agido do modo que agiram, colocando em risco a segurança da vítima e de todos os cidadãos de uma região movimentada da cidade de São Paulo”.
Na avaliação do partido de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL), “os atos são puníveis porque a representada deu causa à confusão que culminou na perseguição com armas em punho e agressões de sua horda de seguranças contra um homem negro que demonstrou descontentamento com o governo Bolsonaro”.
Por isso, os psolistas alegam que ela agiu de forma incompatível com o decoro parlamentar e, portanto, deve perder o seu mandato.
Outro ponto do documento diz que Zambelli “se referiu por diversas vezes à vítima como “um negro”, revelando o que pensa sobre a população negra brasileira, motivo pelo qual a sua permanência no Câmara dos Deputados é atentatória ao decoro desta Casa”.
A representação ainda afirma que a intenção de Zambelli “era justamente promover provocação e fazer uso de sua arma de fogo a fim de criar um fato político à véspera da eleição”. Também traz possíveis crimes praticados por ela no caso, como porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma de fogo e lesão corporal.