‘Guerra aberta nas ruas das capitais’, diz Rui Costa sobre confrontos

Por Redação
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O ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Rui Costa, concedeu uma entrevista para rádios baianas na manhã desta terça-feira (25), em que falou sobre a situação da segurança pública no estado e no Brasil. O gestor destacou a morte do policial federal, Lucas Caribé, durante confronto entre policiais e grupos criminosos em Valéria, e analisa o cenário como uma ‘guerra aberta’.

“Policial Federal morto na Bahia teve tiro na cabeça, no olho. Foi um tiro de precisão, de gente que está sendo treinada por treinamento militar para o confronto de quase uma guerra aberta nas ruas das capitais brasileiras e das principais cidades. Então é preciso planejamento”, afirmou Rui Costa.

Flávio Dino promete intensificar operações
O ministro Flávio Dino afirmou, em reunião com Jerônimo Rodrigues na segunda-feira (25), em Brasília, que as operações conjuntas entre as forças policiais da Bahia e a Polícia Federal serão intensificadas no estado.

“A Polícia Federal já está atuando em parceria com a Bahia há várias semanas, com operações integradas, e agora essa aliança está entrando numa nova fase. Nós vamos intensificar essas operações conjuntas”, disse o ministro.

Segundo Jerônimo Rodrigues, a reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública consolidou a estratégia de trabalho entre o Governo Federal e o Governo da Bahia em relação as ações de segurança pública no estado.

“O objetivo é consolidar uma estratégia que a gente vem trabalhando desde o início do governo Lula. Viemos fazer ajustes para melhorar cada vez mais as nossas ações de segurança pública em nosso estado. Já é possível ver, a cada dia, a Polícia Militar e a Polícia Civil da Bahia trabalhando em parceria com a Polícia Federal, e estamos traçando, a partir daqui, novas ações”, destacou Jerônimo.

No domingo (24), Flávio Dino falou sobre a onda de violência na Bahia. Somente em setembro, foram registrados até então 46 mortes em operações policiais, incluindo a do agente federal, Lucas Caribé, morto em confronto entre policiais e um grupo criminoso no bairro de Valéria, no dia 15 de setembro.

O ministro avalia que o quadro da segurança pública na Bahia é “muito desafiador”, mas descarta uma intervenção federal pois entende que o estado está trabalhando em conjunto com o Governo Federal.

Blindados
Na última semana, três viaturas blindadas da Polícia Federal chegaram à Salvador. Os veículos serão utilizados para reforçar o combate a violência no estado.

De acordo com a Polícia Federal, os blindados serão utilizados por equipes do Comando de Operações Táticas (COT) e do Grupo de Pronta Intervenção (GPI). O envio dos veículos, que são utilizados por outras superintendências regionais, estava na programação da instituição.

“As viaturas estavam definidas para reforçar o nosso trabalho. Não se trata de uma medida nova. Outros estados têm os seus blindados e, agora, a Bahia está sendo contemplada”, explicou o Superintendente Regional da PF na Bahia, Flávio Albergaria.

Em entrevista exclusiva a TV Bahia na terça-feira (19), o superintendente explicou de que forma os veículos serão utilizados nas operações.

“Os veículos blindados ajudam nesse trabalho porque nos propiciam ter uma ação mais rápida, cirúrgica e eficiente. Então, em determinada localidade, que a gente tenha mais dificuldade de chegar com veículos convencionais, o veículo blindado chega de forma muito mais rápida, muito mais célere e mobilizada, e até mesmo não atrapalhando a comunidade local. O veículo blindado nos dá essa possibilidade de alcançar esse objetivo de forma mais segura e célere. […] Ele minimiza o confronto em determinadas localidades”, explicou.

O superintendente explicou ainda que os veículos vão contribuir para o trabalho investigativo da Polícia Federal, ajudando no escopo de atuação integrada da FICCO, com as polícias Civil e Militar, além de reforçar a atuação contra grupos criminosos em toda a Bahia. Flávio Albergaria também negou que novos agentes serão enviados ao estado.

Com o reforço, a PF baiana passa a atuar com cinco veículos blindados nas operações da força-tarefa de segurança no combate ao crime organizado. A força de segurança que reúne PF e polícias Civil e Militar está atuando com 400 homens.

Secretário diz que facções têm poder bélico nacional
Em entrevista exclusiva para a TV Bahia, o Secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), também analisou o quadro de violência.

“Temos trabalhado em ações para alcançar lideranças dessas facções, muitas delas, inclusive, em outro estado. É um fenômeno nacional. Essa dinâmica do crime não é só em relação local, mas com ramificações e esconderijos em outros estados da federação”, declarou o secretário.

O gestor da pasta destacou também o poder bélico dos grupos criminosos que atuam no estado.

“As facções do estado da Bahia, com um sistema importado de outros estados da federação, têm demonstrado um poder bélico e isso se reflete no grande número que nós tivemos de armamento apreendidos esse ano”, explicou.

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