Logo após ter sido envolvido em uma especulação de que sairia do PMDB e ingressaria no PR, o prefeito de Candeias, Sargento Francisco, pode na verdade acabar em um partido no qual ninguém imaginava: o PT. De acordo com fontes do Bocão News, a entrada do prefeito na legenda foi discutida formalmente em uma reunião no diretório do partido na semana passada que aprovou uma eventual adesão de Francisco às frentes petistas.
No encontro, ocorrido na sede do partido, na Praça Gualberto Dantas Fontes, o prefeito consultou os petistas e teve sua entrada bem recebida. O chamado pela filiação de Francisco foi liderado pela vereadora Marivalda Silva, recentemente alçada a líder do governo na Câmara de Vereadores de Candeias. Assim, o partido, que era oposição a Francisco nas eleições, passou à base e aumenta o número de vereadores do alcaide na Casa após uma votação que terminou 6 x 2 pela adesão.
Em troca da filiação, o PT recebeu o comando de duas secretarias na gestão municipal: Habitação e Transportes. Para a primeira foi indicado Edilson do Sindicato, petista que concorreu à Câmara, mas conquistou apenas uma suplência. Já a última será criada exclusivamente para abrigar o partido. Não é a primeira vez que o PT adere ao governo na gestão municipal de Candeias em troca de cargos gerenciais na prefeitura.
Na última legislatura, o partido aderiu à então prefeita Maria Maia (PMDB) e ganhou de presente as secretarias de Habitação e Trabalho. A última, como ocorre em 2013, também foi criada apenas com esta finalidade. De acordo com as fontes, a entrada de Francisco no PT de Candeias ainda não está totalmente fechada, uma vez que a reunião da votação serviu, por enquanto, como uma consulta para “testar o terreno” de uma filiação do prefeito à sigla, no que acabou sendo positiva. Diante disto, a filiação pode ser anunciada a qualquer momento e os boatos de adesão ao PR caem por terra.
A única resistência tanto à adesão de Francisco ao PT quanto à entrada do partido na base do governo foi a do candidato derrotado do partido nas eleições do ano passado, o ex-secretário estadual da Fazenda, Carlos Martins. Martins não tem direito a voto no diretório por não fazer parte da Executiva municipal, mas solicitou a dois de seus aliados que se posicionassem contrários à adesão recentemente. Da mesma forma, é contra a entrada de Francisco nas frentes petistas.
Carlos Martins terminou o pleito na 3ª colocação e, desde então, está fora do cenário político e concorre a retornar ao governo Wagner. Entretanto, o enfraquecimento dentro da própria cidade é mais uma derrota para o ex-secretário neste objetivo. O futuro do ex-secretário deverá ser decidido nesta semana, quando a minirreforma de Jaques Wagner deve começar. Ele foi substituído na pasta estadual por Luiz Alberto Petitinga, que tem sido elogiado em seu trabalho.
BC