João Leão, do PP, se pronunciou sobre o envolvimento de seu nome nos inquéritos relativos à Lava Jato e alega inocência.
O vice-governador da Bahia, João de Souza Leão, citado na lista do Supremo Tribunal Federal (STF) como um dos nomes envolvidos em inquéritos relativos à Operação Lava, alegou ser inocente e disse, em nota enviada ao jornal Folha de S. Paulo, estar “cagando e andando na cabeça desses cornos todos”. O político do PP se referia às pessoas que o citaram durante as investigações.
João Leão é um dos quatro baianos na lista de investigados na Lava Jato, divulgada na sexta-feira (6). Além dele também foram citados o ex-ministro e conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM) Mário Negromonte, o ex-deputado Luiz Argôlo e o deputado do PP Roberto Britto.
O vice-governador foi citado em delações premiadas durante a investigação da Polícia Federal, que apura esquema de corrupção na Petrobras. Na época, Leão era deputado federal. Na mesma petição, estão os nomes de Argôlo, hoje no Solidariedade, e de Negromonte, que também era deputado federal pelo PP.
Leão, Negromonte e Argôlo estão em listaNa nota oficial, Leão disse não entender o motivo de ter sido incluído nas investigação, e que pretende se defender. “Sou um cara sério, bato no meu peito e não tenho culpa”, declarou. Ele pretende viajar para Brasília nesta próxima segunda-feira (9) para saber por que teve o nome ligado ao escândalo.
Leia abaixo a nota do vice-governador da Bahia, João Leão (PP), na íntegra:
“Estou tão surpreso quanto tantos outros, não sei porque meu nome saiu. Nem conhecia esse povo. Acredito que pode ter sido por ter recebido recursos em 2010 das empresas que estão envolvidas na operação. Mas, botar meu nome numa zorra dessas? Não entendo. O que pode ser feito é esperar ser citado e me defender. Estou cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos. Sou um cara sério, bato no meu peito e não tenho culpa. Segunda-feira vou para Brasília saber porque estou envolvido […] Recebi recursos da OAS [em 2010] mas quem recebeu recursos legais, na conta legal, tem culpa?”.
Veja abaixo nomes que estão na lista:
PP
– Senador Ciro Nogueira (PI)
– Senador Benedito de Lira (AL)
– Senador Gladson Cameli (AC)
– Deputado Aguinaldo Ribeiro (PB)
– Deputado Simão Sessim (RJ)
– Deputado Nelson Meurer (PR)
– Deputado Eduardo da Fonte (PE)
– Deputado Luiz Fernando Faria (MG)
– Deputado Arthur Lira (AL)
– Deputado Dilceu Sperafico (PR)
– Deputado Jeronimo Goergen (RS)
– Deputado Sandes Júnior (GO)
– Deputado Afonso Hamm (RS)
– Deputado Missionário José Olímpio (SP)
– Deputado Lázaro Botelho (TO)
– Deputado Luis Carlos Heinze (RS)
– Deputado Renato Molling (RS)
– Deputado Roberto Balestra (GO)
– Deputado Roberto Britto (BA)
– Deputado Waldir Maranhão (MA)
– Deputado José Otávio Germano (RS)
– Ex-deputado e ex-ministro Mario Negromonte (BA)
– Ex-deputado João Pizzolatti (SC)
– Ex-deputado Pedro Corrêa (PE)
– Ex-deputado Roberto Teixeira (PE)
– Ex-deputada Aline Corrêa (SP)
– Ex-deputado Carlos Magno (RO)
– Ex-deputado e vice governador João Leão (BA)
– Ex-deputado Luiz Argôlo (BA) (filiado ao Solidariedade desde 2013)
– Ex-deputado José Linhares (CE)
– Ex-deputado Pedro Henry (MT)
– Ex-deputado Vilson Covatti (RS)
PMDB
– Senador Renan Calheiros (AL), presidente do Senado
– Senador Romero Jucá (RR)
– Senador Edison Lobão (MA)
– Senador Valdir Raupp (RO)
– Deputado Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara
– Deputado Aníbal Gomes (CE)
– Ex-governadora Roseana Sarney (MA)
PT
– Senadora Gleisi Hoffmann (PR)
– Senador Humberto Costa (PE)
– Senador Lindbergh Farias (RJ)
– Deputado José Mentor (SP)
– Deputado Vander Loubet (MS)
– Ex-deputado Cândido Vaccarezza (SP)
PSDB
– Senador Antonio Anastasia (MG)
PTB
– Senador Fernando Collor (AL)
Pedidos de Arquivamento (6)
– Delcídio do Amaral
– Romero Jucá Filho
– Alexandre José dos Santos
– Henrique Eduardo Lyra Alves
– Cândido Vacarezza
– Aécio Neves
Dilma e Palocci
A presidente Dilma Rousseff é citada em um depoimento de delação premiada, mas o procurador-geral informou que não tem competência legal para investigá-la.
No caso do Antonio Palocci, o ministro decidiu seguir pedido da Procuradoria Geral e remeter o caso para a primeira instância da Justiça Federal no Paraná.