Ex-comandante confirma reuniões sobre possível golpe

Por Redação
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Da Redação

O ex-comandante do Exército e general da reserva, Marco Antônio Freire Gomes, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (1º), respondendo a todas as perguntas feitas pelos investigadores. Freire é um dos citados no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao ser informado de que seria ouvido na condição de testemunha e com a obrigação de falar a verdade, o general passou mais de sete horas na sede da PF, em Brasília, onde foi interrogado, conforme informações da TV Globo.

De acordo com fontes da PF, o general relatou tudo o que sabia durante o depoimento. A estratégia agora é manter o sigilo do conteúdo para não prejudicar o andamento das investigações.

Segundo apuração da CNN, durante o depoimento à PF, Freire confirmou ter participado de reuniões onde foram discutidos os termos da chamada “minuta do golpe”. Esses encontros foram mencionados na delação do tenente-coronel Mauro Cid.

Os investigadores agora irão analisar minuciosamente as informações fornecidas no depoimento e manter o máximo de sigilo possível para planejar os próximos passos da investigação sobre a possível tentativa de golpe de Estado.

O depoimento de Freire Gomes faz parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF em 8 de fevereiro. A polícia está investigando se o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e militares estavam envolvidos em um plano golpista.

Segundo os investigadores, o general Freire Gomes teve um papel relevante em evitar o envolvimento das tropas do Exército em possíveis atos golpistas. A PF também deseja esclarecer por que o ex-comandante não denunciou o que estava sendo tramado dentro do governo.

Ao longo do depoimento, Freire Gomes teria destacado a importância da atuação das Forças Armadas dentro dos princípios democráticos e constitucionais, ressaltando a necessidade de respeito às instituições e ao Estado de Direito.

O general também teria enfatizado que, durante sua gestão como comandante, sempre defendeu a legalidade e a ordem constitucional, rejeitando qualquer tipo de intervenção militar fora dos limites legais. Freire teria declarado que, caso tivesse conhecimento de qualquer ação ilegal, teria tomado as providências necessárias para impedir a consumação de atos antidemocráticos.

A PF agora segue com a apuração dos fatos, buscando esclarecer todas as circunstâncias que envolvem a suposta tentativa de golpe de Estado e a participação de agentes públicos nesse contexto. A investigação promete ser longa e detalhada, visando garantir a manutenção da estabilidade institucional e o respeito à democracia no país.

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