Da Redação
Após um hiato de 11 anos, tem início nesta segunda-feira (4), em Brasília, a quarta Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC). O evento está reunindo mais de 3 mil participantes de todo o país para discutir políticas públicas culturais.
Com o tema “Democracia e Direito à Cultura”, a conferência se estenderá até sexta-feira (8) e marca o retorno do Ministério da Cultura, reinstaurado há pouco mais de um ano após ter sido extinto em 2019.
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O evento foi oficialmente aberto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Cultura, Margareth Menezes. Durante uma entrevista coletiva à imprensa, a ministra explicou que a conferência proporciona um espaço para ouvir as demandas do setor, com um olhar especializado.
Menezes também destacou a presença de representantes dos povos originários, negros e de todas as regiões do país no evento.
“O Ministério da Cultura não pode transformar a cultura em política de Estado sozinho, mas através de uma abordagem coletiva, pois a cultura é um bem coletivo. E com ou sem Ministério da Cultura, a cultura existe. Com o Ministério da Cultura, podemos elaborar políticas, consolidar, direcionar e compreender o que é necessário a partir dessas escutas, como está sendo feito aqui na conferência”, afirmou a ministra.
As propostas aprovadas durante o evento servirão como base para definir as diretrizes do Plano Nacional de Cultura, que tem como objetivo orientar o desenvolvimento de programas, projetos e ações culturais que garantam a valorização, o reconhecimento, a promoção e a preservação da diversidade cultural no Brasil.
Em relação à democratização do acesso à cultura, a ministra explicou que os recursos federais provenientes das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2 estão sendo repassados ao setor como forma de fomentar o direito à cultura e apoiar financeiramente os profissionais da área.
A ministra destacou a importância de ampliar o fomento à cultura em todo o país, reconhecendo a existência de produtores culturais em todas as regiões brasileiras.
No que diz respeito às mulheres fazedoras de cultura, a gestão atual está oferecendo atenção direta a elas, por meio de editais públicos como o Prêmio Carolina Maria de Jesus e o edital Ruth de Souza, visando investir em projetos de produção de obras cinematográficas dirigidas por mulheres cis ou transgênero.
Sobre os desafios logísticos e custos elevados para realizar eventos e implementar equipamentos públicos na Região Norte do país, o secretário-executivo adiantou que o “Custo Amazônico” será tema de debate durante a 4ª CNC.
A conferência, realizada pelo Ministério da Cultura e com o apoio da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI) e do Banco do Brasil, destaca a importância econômica das políticas públicas culturais.
Segundo a OEI, a cultura é responsável por 3,17% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, sendo um mecanismo de inclusão social e econômica, e de desenvolvimento econômico.
Por fim, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, destacou a importância de apoiar o setor cultural, ressaltando que fazer cultura é um ato de resistência e que o investimento na cultura é economicamente viável.
Com informações da Agência Brasil.