Militantes do PT e grupos anti-Dilma trocam xingamentos no Rio Vermelho

Por Redação
5 Min

O MBL e o Vem pra Rua reclamam de estar impedidos de fazer a “manifestação pacífica na praça”

Militantes do PT, da Central Única dos Trabalhadores (CUT e do Movimento Sem Teto de Salvador (MSTS) trocaram nesta quinta-feira, 11, gritos e xingamentos com participantes dos grupos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL).

A Tropa de Choque do Batalhão Especial de Policiamento de Eventos (Bepe), da Polícia Militar (PM da Bahia, com cerca de 50 homens, se posicionou entre os dois grupos para evitar um confronto, na Praça Brigadeiro Faria Rocha, bairro Rio Vermelho, a 150 metros da entrada do hotel onde é realizado a partir desta quinta-feira o 5º Congresso Nacional do partido – o evento recebe nesta quinta Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Confusão precisou ser contida pela PM (Foto: Almiro Lopes)
Confusão precisou ser contida pela PM (Foto: Almiro Lopes)

Os manifestantes anti-Dilma reuniam cerca de 20 ativistas contra cerca de cem do lado petista. Enquanto os primeiros gritavam “Nossa bandeira jamais será vermelha” os outros rebatiam com as palavras de ordem “Partido, partido, dos trabalhadores” e “Ih, fora!”. Houve troca de empurrões e xingamentos, com gritos de “vagabundos” e “ladrões” de um lado e de “fascistas” e “provocadores” do outro. Até o momento, ninguém se feriu.

O MBL e o Vem pra Rua reclamam de estar impedidos de fazer a “manifestação pacífica na praça”, enquanto os petistas dizem que os grupos estão no local apenas para provocações ao 5º Congresso Nacional do PT. “Nós informamos a polícia e todas as autoridades competentes e eles, infelizmente, usam desse expediente para impedir a nossa manifestação pacífica”, disse o representante do Vem Pra Rua Gustavo Gesteira. Desde às 14 horas, um carro de som da CUT está na praça.

Policiamento foi reforçado na região do congresso (Foto: Almiro Lopes)

Às 15h30, um carro do MBL foi impedido por pessoas com camiseta da central de estacionar na praça. Quando tentava chegar ao lugar, o motorista João Cavalcante, um dos coordenadores do MBL, ouviu de um dos representantes da CUT que “levaria pau” caso se aproximasse mais. O presidente do Diretório Estadual do PT da Bahia, Everado Anunciacão, que organizava a manifestação da CUT e do partido, disse que o ato estava marcado há uma semana. “Onde eles queriam trazer ódio, nós trouxemos alegria”, afirmou.

Os partidários e simpatizantes do PT trouxeram algumas pessoas fantasiadas e tocaram frevo e músicas de carnaval, ao que manifestantes cantavam e dançavam. No carro da CUT, sindicalistas fazem discursos pró-direitos trabalhistas, com críticas ao ajuste fiscal do governo Dilma, mas mantendo a defesa do legado petista na administração federal.

Confusões ao longo do dia
A primeira confusão ocorreu já no Hotel Pestana, no qual o PT realiza o evento e onde estão hospedados seus militantes, políticos e dirigentes. Líder do Revoltados On Line, um dos movimentos contrários à presidente Dilma Rousseff, Marcello Reis também fez check-in no local e foi tomar café da manhã hoje com uma camiseta preta e a palavra “impeachment” inscrita. Por volta das 10h, foi abordado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA).

“Não é muita provocação você estar aqui?”, questionou o parlamentar. Reis rebateu com palavrões e disse: “Provocação é de vocês. Não aguento mais pagar impostos para essa quadrilha do PT”. O ex-tesoureiro do partido Paulo Ferreira ouviu os palavrões de Reis e também passou a xingá-lo. “Você está querendo tomar porrada”, disse Ferreira. “Se você quiser, vamos para a porrada. Aguento você e mais dez”, respondeu Reis. Rocha afastou o correligionário e, minutos depois, a gerência do hotel abordou o líder do Revoltados On Line e afastou os jornalistas do local.

À noite, Reis foi emparedado por um grupo de militantes no saguão do hotel, restando a ele deixar o local.

Militantes estão do lado de fora do hotel (Foto: Almiro Lopes)

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