O irmão mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Angelo Bolsonaro, de 70 anos, tornou-se réu por homofobia e ameaça a um funcionário de um supermercado no interior de São Paulo.
Segundo a Folha de São Paulo, em depoimento à Polícia Civil, Angelo admitiu o ato, mas negou o uso de expressões preconceituosas.
O incidente ocorreu em agosto de 2023, em Eldorado (SP). Alex de Oliveira, que na época tinha 17 anos, relatou à polícia que deu um tapinha no ombro de uma colega de trabalho. Logo em seguida, Angelo teria dirigido a ela a seguinte frase: “Ele bateu em você? Além de usar brinco, com certeza é viadinho e não dá pra falar nada que qualquer coisa já é racismo”.
Semanas depois, Angelo teria empurrado um carrinho contra ele, chamando-o de “arrombado” e propondo resolver a situação “lá fora” e “sair no soco”.
Em janeiro deste ano, o Ministério Público paulista o denunciou pelas ofensas homofóbicas e por ameaça, mas descartou a acusação por injúria racial. Ainda de acordo com a Folha, três trabalhadoras do supermercado foram ouvidas pela polícia e confirmaram a confusão, sendo que uma delas especificou a frase atribuída a Angelo.
As atitudes de Angelo Bolsonaro geraram repúdio por parte de grupos LGBT+ e defensores dos direitos humanos, que destacaram a gravidade da homofobia e das ameaças presentes no caso.
O advogado de defesa de Angelo alegou que seu cliente não teve a intenção de ofender ou agredir, mas que agiu impulsionado por uma situação específica e sem intenção de discriminar.
O caso de Angelo Bolsonaro reacende o debate sobre a importância do respeito à diversidade e da necessidade de combater discursos e atitudes discriminatórias, seja no âmbito familiar, social ou político.
A data do julgamento de Angelo Bolsonaro ainda não foi divulgada, mas o caso já desperta atenção para a repercussão das ações de pessoas públicas e seus familiares, destacando a responsabilidade que carregam em relação ao respeito e à promoção da igualdade de direitos para todos.