A Polícia Federal (PF) está preparando uma equipe que será enviada aos Estados Unidos no dia 25 deste mês com o objetivo de aprofundar as investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, na venda de joias do acervo da Presidência da República.
Os agentes receberam autorização para realizar diligências a fim de concluir a investigação sobre a venda dos itens valiosos no exterior. A equipe será composta por um delegado e um agente, sendo que somente após essa etapa a investigação brasileira poderá ser finalizada.
O roteiro de investigação da PF incluiu passagens pelas cidades de Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova Iorque (NY). Entre as ações previstas está a tomada de depoimentos dos comerciantes das lojas onde as joias foram vendidas e recompradas.
Desde 2023, quando a PF formalizou um pedido de cooperação internacional ao governo dos EUA, o FBI – a polícia federal dos EUA – começou a colaborar com as investigações. O acordo recebe o nome de Mutual Legal Assistance Treaties.
O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu joias e presentes durante o exercício do mandato, e as investigações da PF indicam que os itens começaram a ser negociados nos EUA em junho de 2022. Entre as joias estava um kit composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro durante uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.
Em agosto do ano passado, Bolsonaro e Michelle Bolsonaro – ex-primeira dama – foram intimados a comparecer à PF para prestar depoimento simultaneamente sobre o caso, porém optaram por permanecer em silêncio.