Celular em excesso pode causar tendinite e artrose; confira dicas

Por Redação
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No Brasil, há mais smartphones em uso do que habitantes, de acordo com dados levantados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 249 milhões de unidades de smartphones contra uma população de 203 milhões de pessoas. Com a popularização desses aparelhos, médicos têm alertado para os riscos do uso excessivo para a saúde muscular das mãos.

O uso frequente de smartphones, especialmente para digitar com os dois polegares em movimentos curtos e rápidos, pode levar a problemas musculares sérios, como sobrecarga muscular, tendinite e rizartrose. A rizartrose é um tipo de artrose que afeta a articulação na base do polegar, causando dor, desgaste, rigidez e limitações de movimento.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão, o médico cirurgião Antônio Carlos da Costa, ressalta que o polegar não foi projetado para realizar muitos movimentos por segundo. Ele observa que os jovens, em particular, realizam milhares de movimentos ao digitar no celular com os dois polegares, o que pode sobrecarregar as mãos. A situação é ainda pior quando utilizam apenas um dos polegares, aumentando a sobrecarga em uma das mãos.

Além do uso excessivo, a maneira como seguramos o smartphone também pode agravar as dores e problemas musculares nas mãos, incluindo os punhos. O tamanho e peso dos smartphones também são fatores preocupantes, pois aparelhos maiores e mais pesados tendem a causar mais problemas para a saúde muscular do usuário.

O ortopedista e cirurgião da mão Henrique Bufáiçal, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca um aumento significativo nas queixas de dores nas mãos. Ele observa que há picos de reclamações na população mais jovem, que passa o dia todo usando o celular para jogos, entretenimento e troca de mensagens, bem como em adultos que dependem do aparelho para o trabalho, como vendedores, e na população mais idosa, que adotou o celular e as redes sociais.

Estudos científicos já mencionam o termo “whatsappite”, referindo-se à tendinite causada pelo uso excessivo do WhatsApp. O risco está relacionado à articulação do polegar, um dedo fundamental para metade das atividades realizadas com as mãos. Por ser uma articulação instável em relação aos outros dedos, o polegar tem tendência ao desgaste e até mesmo ao deslocamento.

Para mitigar os riscos associados ao uso excessivo de smartphones, os médicos recomendam uma série de medidas. É importante orientar os pacientes a se adaptarem a uma postura correta ao utilizar o celular, a fim de reduzir o estresse sobre as mãos. Recomenda-se também reduzir o tempo de uso do aparelho, optar por enviar mensagens de voz sempre que possível e utilizar o recurso de áudio transcrição. Quando necessário digitar manualmente, aconselha-se variar entre os polegares e o indicador, sendo a melhor posição apoiar o celular em uma mesa e digitar com o indicador.

Diante dos desafios de saúde associados ao uso de smartphones, é essencial que os usuários estejam cientes dos riscos e adotem práticas saudáveis para proteger a saúde de suas mãos. A conscientização e a adoção de medidas preventivas podem contribuir significativamente para reduzir a incidência de problemas musculares relacionados ao uso excessivo de dispositivos móveis.

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