O Polimetilmetacrilato (PMMA) é uma substância plástica com diversas aplicações, tanto na área da saúde quanto em diversos setores produtivos, variando de acordo com o processamento e desenvolvimento da matéria-prima. Este composto pode ser encontrado em diversos produtos, como lentes de contato, implantes de esôfago e cimentos ortopédicos. Além disso, na área estética, o PMMA é utilizado para preenchimento cutâneo, semelhante a um gel.
Nos últimos anos, tem sido cada vez mais frequente a ocorrência de complicações relacionadas ao uso do PMMA em procedimentos estéticos no Brasil. Em 2020, uma influenciadora digital perdeu parte da boca e do queixo após realizar um preenchimento labial com PMMA. E recentemente, outra influenciadora veio a óbito após submeter-se a um procedimento estético para aumentar os glúteos, resultando em um quadro de infecção generalizada devido à aplicação do PMMA.
Segundo informações divulgadas pelos familiares da vítima, a infecção que culminou na sua morte teve início em decorrência do uso do PMMA no procedimento estético.
No Brasil, o uso do PMMA para preenchimento subcutâneo requer registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois trata-se de um produto de saúde classificado como de alto risco. A Anvisa enfatiza a importância da análise técnica dos produtos antes da liberação para venda e uso, garantindo a proteção dos pacientes e consumidores.
O PMMA está autorizado para correções específicas, como lipodistrofia e correção volumétrica facial e corporal, sendo fundamental seguir as orientações da Anvisa quanto à concentração do produto e áreas de aplicação. A dosagem utilizada deve ser estritamente necessária para corrigir defeitos cutâneos ou na pele, sendo necessária uma avaliação médica prévia.
No caso de atrofia facial relacionada ao HIV/aids, a quantidade de PMMA varia entre 4 a 12 mililitros para cada lado do rosto. Já em casos de sequelas de poliomielite com atrofia da musculatura da panturrilha, a dosagem pode chegar a cerca de 120ml, podendo ser implantada de uma só vez ou em etapas, com intervalo de 45 dias, de acordo com a elasticidade da pele.
A Anvisa destaca a importância da administração do PMMA por profissionais médicos capacitados e treinados. A quantidade e o número de injeções necessárias devem ser determinados pelo médico, considerando as características individuais de cada paciente e a área a ser tratada.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia destaca que diversos profissionais não médicos têm realizado procedimentos estéticos invasivos, como a aplicação de PMMA no rosto, colocando em risco a saúde dos pacientes. É fundamental que tais intervenções sejam realizadas por profissionais com a devida habilitação e competência para garantir a segurança dos pacientes.
Em resumo, o uso do PMMA em procedimentos estéticos exige cautela e atenção, respeitando as normas e regulamentações vigentes para garantir a segurança dos pacientes. A correta aplicação do PMMA por profissionais qualificados é essencial para prevenir complicações e garantir resultados satisfatórios.