Um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz durante o Congresso Internacional de Obesidade, que ocorreu em São Paulo, trouxe uma estimativa alarmante sobre a situação do sobrepeso e da obesidade no Brasil. De acordo com a pesquisa, se os padrões atuais forem mantidos, sete em cada 10 brasileiros serão obesos ou terão excesso de peso nos próximos 20 anos.
Este cenário preocupa pessoas como Juliana Giuranno, uma engenheira que, atualmente, está acima do peso ideal. Apesar de seu atual peso de 70 quilos e altura de 1,54 metros ainda indicar um quadro de sobrepeso, Juliana já conquistou uma significativa redução de peso em relação ao ano anterior, quando chegou a pesar 100 quilos. Ela descreve esse período como uma época em que não se reconhecia mais ao se olhar no espelho, perdendo a referência de sua autoimagem.
O estudo revela que 75% dos brasileiros adultos deverão enfrentar problemas relacionados à obesidade ou ao excesso de peso nas próximas duas décadas. A projeção indica que quase metade da população acima de 18 anos será classificada como obesa, enquanto cerca de 30% estará com sobrepeso. Esses números são alarmantes, considerando que doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos podem ser desencadeadas ou agravadas pelo sobrepeso e pela obesidade, levando a um aumento nas taxas de mortalidade.
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Segundo a Organização Mundial da Saúde, a obesidade é considerada uma doença crônica que exige acompanhamento médico para tratamento adequado. Para muitos pacientes, mesmo com determinação e força de vontade, a ajuda profissional se faz necessária para alcançar a perda de peso de forma saudável. A endocrinologista e nutróloga Lorena Balestra ressalta que a obesidade é uma doença inflamatória que pode desencadear uma série de complicações de saúde, como alterações nos níveis de colesterol, diabetes, câncer, distúrbios hormonais e distúrbios do sono, como a apneia.
Juliana é um exemplo de superação, tendo perdido 30 quilos em um tratamento que já dura oito meses. Ela busca evitar os riscos associados à obesidade, como os mencionados pela Dra. Lorena Balestra. Além dos benefícios para a saúde, a perda de peso trouxe uma melhora significativa em sua autoestima e confiança, impactando positivamente em sua vida pessoal e profissional.
O estudo alerta para a urgência de medidas preventivas e de conscientização sobre a importância de hábitos saudáveis para combater o avanço da obesidade e do sobrepeso na população brasileira. A educação alimentar, a prática regular de atividades físicas e o acompanhamento médico são fundamentais para reverter esse cenário preocupante e promover a qualidade de vida dos brasileiros.
Diante desse contexto, é essencial que o poder público, a sociedade civil e as instituições de saúde unam esforços para enfrentar o desafio da obesidade e do sobrepeso, visando garantir um futuro mais saudável e sustentável para as próximas gerações. A conscientização e a adoção de hábitos mais saudáveis são passos fundamentais na luta contra essa epidemia global que ameaça a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo.