O aumento do consumo de adoçantes como alternativa ao açúcar tem sido observado nos últimos anos, com um crescimento de 200% entre crianças e 54% entre adultos no Brasil. No entanto, apesar de ser uma opção pouco calórica, o uso indiscriminado e sem orientação médica pode trazer efeitos negativos à saúde, conforme alertam especialistas.
De acordo com a nutricionista Carolina Dias, o adoçante é comumente recomendado por profissionais da saúde para pessoas com diabetes ou aqueles que precisam controlar a ingestão de açúcar. No entanto, muitas vezes, o produto é utilizado de forma exagerada por indivíduos que buscam uma dieta mais saudável, sem levar em consideração os possíveis impactos negativos à saúde.
Estudos têm demonstrado que o adoçante em excesso pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, provocar alterações na microbiota intestinal e causar problemas gastrointestinais. Além disso, o consumo desenfreado de edulcorantes está relacionado ao aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) e à obesidade, pois pode gerar um aumento no apetite, segundo dados da Pesquisa Exame Nacional de Saúde e Nutrição dos EUA.
“É importante destacar que muitas pessoas não compreendem o impacto negativo do adoçante na saúde. Embora possa parecer inofensivo, o produto pode desequilibrar o organismo e causar diversas consequências”, ressalta Carolina.
Diante desse cenário, a nutricionista orienta sobre a necessidade de uma substituição gradual do adoçante, de forma semelhante à redução do consumo de açúcar refinado. “No primeiro mês de redução, recomendo diminuir a quantidade de gotas de adoçante utilizadas. Se costumava adicionar cinco gotas, passe a colocar apenas três. É fundamental persistir na redução até que o paladar se acostume. Dessa forma, quando o adoçante for eliminado por completo, a pessoa estranhará o sabor ao consumir eventualmente algum alimento que o contenha”, explica Carolina.
Portanto, é essencial conscientizar a população sobre os potenciais efeitos adversos do uso indiscriminado de adoçantes e incentivar a busca por orientação profissional antes de fazer mudanças significativas na dieta. Mais pesquisas e estudos são necessários para elucidar os impactos do adoçante na saúde e subsidiar as recomendações de consumo adequadas.