A Cúpula Global de Preparação para Pandemias emitiu um alerta importante durante um evento internacional no Rio de Janeiro, reunindo especialistas de diversas partes do mundo. A mensagem principal era clara: a próxima pandemia pode surgir de qualquer lugar, e é essencial estar preparado para enfrentá-la.
O encontro serviu como uma oportunidade para especialistas compartilharem experiências sobre como lidar com doenças altamente contagiosas, como a covid-19, que resultou em mais de 7 milhões de mortes em todo o mundo. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assegurou que o Brasil está apto a participar da Missão 100 Dias, um esforço global para desenvolver, produzir e distribuir vacinas e tratamentos em um prazo relativamente curto.
A ministra destacou que o Brasil, apesar de enfrentar desafios durante a pandemia de covid-19 e registrar mais de 700 mil óbitos, possui bases sólidas em ciência, tecnologia e indústria na área da saúde. Ela mencionou o Complexo Econômico Industrial da Saúde, um conjunto de investimentos que promovem a produção de medicamentos, insumos e vacinas, como parte da política industrial do governo federal, a Nova Indústria Brasil.
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Para Nísia Trindade, é crucial que a preparação do país para futuras pandemias seja tratada como uma política de Estado, e não apenas de governo. Ela ressaltou a importância da cooperação entre os países, defendendo a equidade no acesso e no desenvolvimento da produção local de vacinas e tratamentos, não apenas no Brasil, mas em outras nações em desenvolvimento.
Além disso, a ministra enfatizou a necessidade de um protagonismo do Sul Global, composto por países emergentes. Segundo ela, a participação desses países é fundamental para garantir uma proteção equitativa diante de futuras emergências de saúde.
A presidente da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), Jane Halton, explicou que a Missão dos 100 Dias não se trata apenas de agilidade na resposta, mas também de equidade na distribuição de recursos. O objetivo é proteger todas as pessoas de novas doenças antes que suas vidas sejam afetadas.
O evento da Cúpula Global de Preparação para Pandemias encerrou-se na terça-feira, sendo esta a segunda edição do encontro. Durante o evento, foi anunciada uma parceria entre a Cepi e a Fiocruz para a produção de vacinas destinadas aos países da América Latina em caso de uma nova pandemia.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, destacou que o acordo faz parte de um esforço global para garantir um acesso mais equilibrado às vacinas. Ele ressaltou a importância de incluir países do Sul Global na produção de vacinas, e elogiou o papel proeminente que a Fiocruz desempenhará nesse contexto.
Em uma mensagem gravada em vídeo, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, elogiou a liderança da ministra Nísia Trindade em colocar a preparação para pandemias como uma prioridade durante a presidência do Brasil no G20. Ele alertou que uma próxima pandemia não é uma questão de se, mas de quando, e expressou a esperança de que os erros cometidos durante a pandemia de covid-19 não sejam repetidos.
Em resumo, o mundo ainda tem um longo caminho a percorrer para estar verdadeiramente preparado para a próxima pandemia. No entanto, através de esforços colaborativos, estamos caminhando em direção a um mundo mais preparado do que nunca. O papel do Brasil e de outros países em desenvolvimento é crucial nesse processo, garantindo equidade no acesso a vacinas e tratamentos em escala global.