A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), ligada à Organização Mundial da Saúde nas Américas (OMS), emitiu um alerta epidemiológico de alto risco para a febre do Oropouche no continente, no sábado (3/8).
Segundo a entidade, a decisão foi tomada devido a “mudanças recentes altamente preocupantes” nas características clínicas e epidemiológicas da doença, incluindo casos registrados em localidades fora das regiões endêmicas. Além disso, a confirmação de duas mortes por febre do Oropouche no interior de São Paulo e a identificação de uma potencial transmissão vertical do vírus aumentaram a preocupação.
A Opas está monitorando óbitos fetais e casos de recém-nascidos com anencefalia que podem estar relacionados à infecção, o que levou ao aumento do nível de risco para a região. A entidade ressaltou que as observações estão em fase inicial de investigação e que a verdadeira trajetória da doença ainda não é totalmente conhecida.
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Os critérios considerados para a atualização do nível de risco regional para a febre do Oropouche incluem o risco potencial para a saúde humana. A apresentação clínica do vírus na maioria dos casos varia de leve a moderada, com sintomas que geralmente se resolvem em sete dias. Embora as complicações sejam raras, foram documentados casos de meningite séptica.
Além disso, a Opas está investigando a transmissão vertical do vírus, que foi reportada no Brasil com potenciais casos de morte fetal e de recém-nascidos com microcefalia. O risco de propagação da doença também foi considerado, com milhares de casos confirmados em vários países das Américas, principalmente no Brasil.
No Brasil, pelo menos 10 estados fora da região amazônica já confirmaram transmissão local da febre do Oropouche, alguns de forma inédita. Isso indica uma possível expansão do vírus nas Américas, já que desde sua identificação em 1955, o vírus causou surtos em diversos países da América do Sul e da região amazônica.
A Opas destaca que o risco de propagação do vírus está aumentando devido a mudanças climáticas, desmatamento, urbanização descontrolada e atividades humanas que afetam o habitat e favorecem a interação entre o vetor e o hospedeiro. Até o momento, não há evidências de transmissão do vírus entre humanos.
Em conclusão, a Opas reforça a importância de manter a vigilância e adotar medidas de prevenção para conter a propagação da febre do Oropouche nas Américas. A entidade continuará acompanhando a situação e atualizando as informações conforme necessário.