Como identificar os primeiros sintomas de Mpox?

Por Redação
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A descoberta de uma nova variante do vírus causador da doença conhecida como Mpox, antes chamada de ‘varíola dos macacos’, levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência global no dia 14 de agosto.

A nova cepa, denominada Clado 1b, foi identificada pela OMS este ano. Inicialmente detectada na República Democrática do Congo (RDC), já foram registrados casos em Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, todos na África. Fora do continente africano, dois casos foram confirmados: um na Suécia e outro na Tailândia.

Considerada mais agressiva, essa nova variante é responsável pelo alerta da OMS em relação à Mpox.

PRIMEIROS SINTOMAS

A Mpox é uma doença zoonótica viral, cuja transmissão para humanos pode ocorrer através do contato com animais silvestres infectados, pessoas portadoras do vírus e materiais contaminados. Os primeiros sintomas incluem erupções cutâneas ou lesões na pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza.

Existem outras doenças com manifestações semelhantes, como o sarampo, a herpes e a sífilis. Porém, há sinais específicos da Mpox, como a progressão das erupções na pele, que passam de maculares para papulares, vesiculares e pustulosas, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Posteriormente, as lesões adquirem uma crosta e descamam.

O diagnóstico da doença é feito por meio de exame de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), podendo ser utilizado o sequenciamento do material genético presente nas lesões características da enfermidade.

TRANSMISSÃO

A transmissão da doença ocorre principalmente pelo contato com a pele de indivíduos contaminados, não havendo mudanças em relação às cepas anteriores. No caso do Congo, a maior parte das infecções foi transmitida por via sexual, sendo essa a forma mais comum de contágio, segundo a OMS.

ALERTA DA OMS

A OMS alerta que a nova variante 1b da Mpox apresenta uma taxa de letalidade alarmante, superior a 10% entre crianças pequenas na África Central. Por outro lado, a variante 2b, responsável pela epidemia global de Mpox em 2022, tinha uma taxa de letalidade abaixo de 1%.

A declaração de emergência sanitária global da doença pela OMS ocorreu após uma reunião virtual para avaliar o ressurgimento da epidemia da doença na África e o risco de sua disseminação internacional. É a primeira vez desde o fim da pandemia da Covid-19 que a organização emite seu mais alto nível de alerta.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a entidade está comprometida em "coordenar a resposta global nos próximos dias e semanas".

Estamos trabalhando em estreita colaboração com cada um dos países afetados e alavancando nossa presença local para prevenir a transmissão, tratar os infectados e salvar vidas", disse Tedros Adhanom.

VACINA

Atualmente, existem três vacinas disponíveis globalmente contra a Mpox. No entanto, apenas duas delas são recomendadas pela OMS e possuem aprovação em alguns países. São elas a ACAM2000, produzida pela Sanofi Pasteur, e a Jynneos (também conhecida como Imvamune ou Imvanex), desenvolvida pela Bavarian Nordic. A vacina Jynneos já foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023.

O imunizante foi oferecido para pessoas imunossuprimidas, bem como para profissionais de laboratório que lidam diretamente com orthopoxvírus (pertencente à família do vírus da Mpox) e indivíduos que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas com suspeitas da doença. Mais de 29 mil doses da vacina contra a Mpox foram aplicadas no Brasil.

No entanto, o Brasil não planeja implementar a vacinação em massa, conforme declarou a ministra da Saúde. Apesar disso, a pasta está em negociação para a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a doença.

"No Brasil, nós vacinamos com uma licença ainda especial da Anvisa em casos muito excepcionais, para grupos muito vulneráveis, pessoas que tiveram contato com outras pessoas doentes. Então, a vacinação nunca será uma estratégia em massa para a Mpox", ressaltou Trindade.

A ministra destacou que os especialistas continuam avaliando a eficácia das vacinas no combate à nova cepa do Mpox, apontando também para a dificuldade na aquisição de imunizantes devido à limitação na produção em massa das doses.

Dessa forma, a situação atual envolvendo a Mpox preocupa as autoridades de saúde e requer esforços coordenados para conter a disseminação da doença e garantir a proteção da população. A OMS tem desempenhado um papel fundamental na monitorização e resposta à emergência global causada pela nova variante do vírus da Mpox.

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