O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, estiveram presentes na sexta-feira (23/8) na inauguração de uma fábrica de polipeptídeo sintético em Hortolândia, que será dedicada à produção de medicamentos para diabetes e obesidade.
Segundo comunicado do Ministério da Saúde, a fábrica será responsável pela produção da liraglutida sintética, um produto inovador que já passou pelo processo de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está na fila prioritária para avaliação.
Operada pela empresa farmacêutica EMS, essa nova fábrica também irá produzir a semaglutida, um insumo do medicamento Ozempic, cuja patente vigora até março de 2026 e cujo pedido de registro já foi submetido à Anvisa.
Com um investimento de R$ 60 milhões, essa iniciativa é considerada um marco histórico, sendo o primeiro estabelecimento desse tipo no país e fazendo parte das ações do governo federal relacionadas ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
Durante a cerimônia de inauguração, a ministra Nísia Trindade enfatizou os benefícios para os pacientes com diabetes, destacando que é o primeiro medicamento produzido no Brasil para o tratamento de diabetes e obesidade, de forma inovadora, utilizando peptídeos como a liraglutida e a semaglutida.
Ela ressaltou que a produção de polipeptídeos sintéticos irá reduzir os efeitos colaterais para os pacientes, além de diminuir os custos e garantir avanços na autonomia do país.
Durante seu discurso, a ministra mencionou a importância dos “esforços conjugados” e destacou a inauguração da fábrica como o encontro da competência e qualidade do setor privado com as políticas públicas do governo federal.
Por sua vez, o ex-presidente Lula descreveu o momento como auspicioso para a saúde no Brasil, expressando sua alegria em retornar a esse complexo industrial 17 anos após a primeira visita. Ele ressaltou o poder de compra do Estado como um fator crucial para o desenvolvimento da indústria nacional.
A inauguração da fábrica atende às diretrizes da estratégia nacional para o desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, lançada em setembro de 2023, com estimativa de investimento de R$ 57,4 bilhões do setor público e da iniciativa privada até 2026.
Essa iniciativa visa expandir a produção nacional de itens prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS), bem como reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos estrangeiros.
O diabetes foi identificado como uma prioridade na matriz de desafios produtivos e tecnológicos em saúde, tornando a inovação e o desenvolvimento de plataformas e produtos relacionados a essa condição relevantes no âmbito do complexo.
O Brasil dá um passo importante ao inaugurar essa fábrica de medicamentos para diabetes e obesidade, contribuindo para a melhoria da saúde nacional e demonstrando a capacidade do país em inovar e produzir internamente os recursos necessários para o tratamento dessas doenças.
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