A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endócrina que afeta de 6% a 10% das mulheres em idade fértil no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Com números tão expressivos, o mês de setembro foi designado como Mês de Conscientização sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos, visando promover debate e aumentar a conscientização sobre a doença.
Segundo a Dra. Isa Rocha, especialista em Reprodução Humana e Obstetrícia, a SOP é um distúrbio hormonal bastante comum, caracterizado pela presença de múltiplos folículos ou aumento do volume ovariano. Os principais sintomas incluem irregularidade menstrual, ausência de menstruação por alguns meses, sinais de aumento dos hormônios masculinos como acne, aumento de pelos no corpo e queda de cabelo, além de alterações no metabolismo da insulina.
O diagnóstico da SOP é realizado por meio de exames de ultrassom transvaginal e exames de sangue para avaliar a dosagem de hormônios. A Dra. Isa Rocha, que atua no IVI Salvador, ressalta a importância de avaliar também os sintomas apresentados pela paciente para um diagnóstico preciso.
A doença é mais comum em mulheres com idades entre 20 e 40 anos, ou seja, em idade reprodutiva. A suspeita de SOP é baseada em irregularidades menstruais e sinais de hiperandrogenismo, como acne, aumento das concentrações séricas de testosterona total, livre ou de androstenediona. Além disso, tendências à obesidade, queda de cabelo, intolerância à glicose e depressão também podem ser sinais da SOP.
“A identificação da SOP envolve a realização de exames complementares, mas, principalmente, a observação dos sintomas clínicos apresentados pela paciente. Por isso, é crucial que a paciente mantenha consultas e revisões regulares com seu médico. A relação médico-paciente é fundamental para identificar a doença, uma vez que alguns sintomas isolados podem ser considerados ‘normais'”, destaca a especialista.
Não há uma causa específica conhecida para a Síndrome dos Ovários Policísticos, porém sabe-se que metade das mulheres com essa condição possuem problemas hormonais, como o excesso de produção de insulina pelo pâncreas, enquanto a outra metade apresenta alterações nas glândulas hipotálamo, hipófise e adrenais, resultando em uma maior produção de hormônios masculinos.
O tratamento da SOP para pacientes com infertilidade geralmente envolve mudanças no estilo de vida, como a prática regular de atividades físicas, uma dieta saudável, medicações para melhorar a resistência à insulina e medicamentos para induzir a ovulação nas mulheres.
Por se tratar de uma doença crônica, o tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos visa aliviar os sintomas. Mulheres com sobrepeso, acúmulo de pelos no rosto e corpo e acne devem emagrecer, sendo que, em alguns casos, a perda de peso pode reverter o quadro. Para aquelas que não estão acima do peso, o foco está no controle da produção de hormônios masculinos, com o uso de medicamentos que também atuam na regulação da menstruação, na redução da oleosidade da pele e na diminuição do crescimento de pelos.
Em resumo, a SOP é uma condição comum entre as mulheres em idade fértil no Brasil, exigindo diagnóstico preciso e tratamento adequado para aliviar os sintomas associados à doença. A conscientização sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos é essencial para promover a saúde e o bem-estar das mulheres afetadas por essa condição.