O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou grande emoção ao recordar a trágica morte de sua primeira esposa, Maria de Lourdes, e de seu filho em 1971, durante o evento de lançamento de um programa de apoio a gestantes, realizado em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, na quinta-feira (12/9).
Visivelmente emocionado, o líder petista apontou o descaso médico como a causa das mortes, ressaltando: “Cheguei do hospital, encontrei minha mulher morta e meu filho morto. Eu, hoje, tenho certeza absoluta que foi relaxamento, que foi falta de trato, porque as pessoas pobres muitas vezes são tratadas como se fossem pessoas de segunda categoria. E se é pobre e é mulher negra é tratada como se fosse de terceira categoria”, desabafou Lula durante o evento.
O programa voltado para gestantes apresentado por Lula nesta ocasião representa uma reestruturação da antiga Rede Cegonha, com foco no cuidado de gestantes e bebês na rede pública de saúde. O objetivo principal é proporcionar às mulheres um atendimento humanizado e integral, levando em consideração as desigualdades étnico-raciais e regionais.
Segundo o presidente, a meta estabelecida é a redução da mortalidade materna em 25% até 2027 e em 50% no caso das mulheres negras. Em 2022, a razão de mortalidade materna entre mães negras foi o dobro da média geral, alcançando 110,6 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos, enquanto a média geral registrou 57,7 óbitos para a mesma quantidade de nascidos vivos.
O novo modelo de programa presta uma homenagem a Alyne Pimentel, que faleceu grávida de seis meses por falta de atendimento adequado na rede pública de saúde em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, em 2002.
A morte de Alyne Pimentel desencadeou uma condenação internacional ao Brasil pelo Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Cedaw) das Nações Unidas (ONU), com recomendações para a redução dos índices de mortalidade materna evitável, reconhecida como uma violação dos direitos humanos das mulheres ao acesso a uma maternidade segura.
Durante o evento, Lula enfatizou: “Nós queremos criar um programa para que a mulher seja atendida com decência, para que a mulher faça todos os exames necessários, para que a mulher possa fazer todas as fotografias que ela quiser do útero para ver como está a criança, para que a mulher possa chegar saudável no médico e sair de lá, além de saudável, com uma criança muito bonita no seu colo”, ressaltando a importância da atenção integral às gestantes.
O evento contou com a presença da filha de Alyne, que tinha cinco anos na época do falecimento da mãe, e buscou reforçar a importância da implementação de políticas que garantam um tratamento digno e adequado às gestantes na rede pública de saúde.
Com informações da Agência Brasil.
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