A descoberta da XEC, uma nova cepa da Covid-19, considerada uma subvariante da Ômicron, tem causado preocupação no Brasil e no mundo. Essa subvariante já se espalhou pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, com os primeiros casos sendo identificados pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) entre agosto e setembro, em amostras de dois pacientes cariocas.
Segundo informações da virologista Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto, a XEC tem apresentado sinais de maior transmissibilidade em outros países, o que pode resultar em um aumento da circulação do vírus. O impacto no Brasil, no entanto, ainda é incerto, uma vez que a memória imunológica da população varia de país para país devido às diferentes linhagens que circularam no passado.
No dia 24 de setembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a XEC como uma variante sob monitoramento, devido ao seu potencial impacto na propagação da doença.
Mas afinal, o que é a XEC? A subvariante surgiu a partir de uma recombinação genética entre diferentes linhagens da Ômicron que já circulavam. Essa mutação ocorre quando uma pessoa é infectada por duas cepas distintas ao mesmo tempo, levando à troca de segmentos genéticos durante a replicação viral. A XEC combina partes das linhagens KS.1.1 e KP.3.3 e apresenta mutações adicionais que podem facilitar sua propagação, de acordo com estudos realizados pela Fiocruz.
Paola Resende destaca a importância do monitoramento genômico contínuo em todo o país para acompanhar o impacto da chegada da XEC e detectar possíveis outras variantes que possam surgir e modificar o cenário da Covid-19.
No que diz respeito à eficácia das vacinas, a precaução é fundamental. Embora os dados coletados possam contribuir para ajustes na composição das vacinas, a imunização continua sendo a melhor maneira de prevenir casos graves, hospitalizações e óbitos causados pela doença. Atualmente, as vacinas disponíveis oferecem proteção contra outra subvariante da Ômicron, a XBB 1.5.
Quanto aos sintomas, a XEC não se diferencia muito das cepas anteriores. Tosse, febre, dor de garganta, dores no corpo, fadiga e perda do olfato são alguns dos sintomas que podem se manifestar em casos de infecção pela nova subvariante.
Em suma, a XEC representa mais um desafio no combate à Covid-19, exigindo medidas de prevenção e monitoramento contínuo por parte das autoridades de saúde. A vigilância genômica e a divulgação de informações precisas são essenciais para conter a propagação da subvariante e manter a população informada sobre os riscos associados a essa nova cepa do vírus.
A identificação da XEC no Brasil reforça a necessidade de manter as medidas de prevenção, como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social, mesmo diante do avanço da vacinação no país. A disseminação da subvariante ressalta a importância da cooperação internacional e do compartilhamento de dados para o enfrentamento da pandemia de forma eficaz e assertiva.