A cada três horas, um médico sofre violência no Brasil, revela CFM

Por Redação
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Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) indicam que, a cada três horas, um médico é vítima de violência enquanto trabalha em um estabelecimento de saúde público ou privado no Brasil.

O levantamento, divulgado nesta terça-feira (22/10), foi feito com base em boletins de ocorrência registrados em delegacias de polícia civil de todos os estados brasileiros entre 2013 e 2024.

Atualmente, o país registra uma média de nove casos de violência contra médicos em ambiente de trabalho por dia, de acordo com a entidade.

“Os dados mostram que a situação fica cada vez mais fora de controle, uma vez que o volume de queixas vem aumentando ano após ano. O recorde foi batido em 2023, mas os dados completos de 2024 somente serão conhecidos ano que vem”, avaliou o CFM em nota.

OCORRÊNCIA

Foram contabilizados, ao todo, 38 mil boletins de ocorrência em que médicos aparecem como vítimas de ameaça, injúria, desacato, lesão corporal e difamação dentro de unidades de saúde, hospitais, consultórios, clínicas, prontos-socorros e laboratórios. Segundo o levantamento, 47% desses registros são contra mulheres. Há, inclusive, registros de mortes suspeitas de médicos dentro de estabelecimentos de saúde.

Os dados revelam uma preocupante escalada nos índices de violência contra médicos no Brasil. A segurança dos profissionais de saúde em seus locais de trabalho tem sido uma questão cada vez mais urgente e alarmante.

No ano de 2023, houve um aumento significativo no número de casos de violência, sendo um marco preocupante na série histórica analisada. Os dados referentes a 2024 ainda não foram divulgados, mas a expectativa é de que os números continuem apresentando uma tendência de elevação.

Os tipos de violência mais frequentes relatados pelos médicos incluem ameaças, insultos, agressões físicas e difamação. O ambiente de trabalho, que deveria ser um local de cuidado e segurança, tornou-se muitas vezes cenário de atos violentos e desrespeitosos.

Os profissionais de saúde, especialmente as mulheres, estão sendo alvo de comportamentos agressivos e intimidatórios, o que compromete não apenas a integridade física e emocional dos médicos, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.

É fundamental que medidas efetivas sejam adotadas para garantir a proteção e a segurança dos médicos em seus locais de trabalho. O enfrentamento da violência contra os profissionais de saúde exige uma resposta conjunta de autoridades, instituições de saúde e sociedade em geral.

A violência contra médicos é um reflexo de uma sociedade que precisa urgentemente rever seus valores e colocar um fim na cultura do desrespeito e da agressão. O respeito à vida e à dignidade das pessoas deve prevalecer em todos os âmbitos, inclusive no ambiente de trabalho dos profissionais de saúde.

Os dados levantados pelo CFM são um alerta para a gravidade do problema e a necessidade de ações concretas para combater a violência contra os médicos no Brasil. A segurança dos profissionais de saúde é uma questão que não pode mais ser negligenciada e requer um esforço conjunto de toda a sociedade para garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos.

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