Com coordenação do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi lançado na manhã desta quinta-feira (12) o projeto de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (ImPrEP) que vai ser implantado no Brasil, México e Peru. O projeto vai atender, a princípio, 7,5 mil pessoas não infectadas pelo vírus nos três países. O método consiste em administrar medicamentos antirretrovirais, um comprimido por dia, para prevenir a contaminação pelo HIV. A diretora do INI/Fiocruz, Valdiléia Veloso, disse que o público-alvo são homens que fazem sexo com homens e mulheres transexuais e travestis que se expõem ao risco de contágio. Não é simplesmente porque a pessoa é um homem que faz sexo com homem ou porque é uma pessoa transexual ou travesti que se expõe muito. Isso é um conceito equivocado. Vamos ter pessoas que vão procurar os centros que vão disponibilizar a PrEP porque já conhecem a estratégia, já conversaram com amigos ou viram na internet. Essas pessoas, se cumprirem os critérios do guia da política pública, vão receber o medicamento. Nos locais de testagem para o HIV a população alvo também vai ser informada sobre PreP, vai ser convidada, se houver interesse, para participar". De acordo com ela, o Ministério da Saúde está fazendo a doação dos antirretrovirais e a previsão é de que em setembro os interessados já estejam sendo medicados. No Brasil, serão atendidos inicialmente 3 mil pessoas nos estados do Amazonas, de Pernambuco, da Bahia, de São Paulo, do Rio de Janeiro, Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Depois, segundo a Agência Brasil, o objetivo é chegar a todos os estados nos primeiros 12 meses de funcionamento. Valdiléia explicou que, na prática, o ImPrEP é uma ampliação do PrEP Brasil , uma pesquisa iniciada em 2014 pela Fiocruz, que demonstrou a eficácia do tratamento em 99% das pessoas. "O PrEP Brasil foi um projeto de demonstração e agora o que a gente aprendeu já vai numa estratégia de implementar mesmo, já na vida real. Tem uma coleta de dados, não tanto focada nas pessoas, mas em como os serviços funcionam, para identificar o que facilita e o que dificulta e ir aperfeiçoando. Não vamos esperar o projeto terminar para o Brasil fazer a implementação em larga escala, vamos fazer isso conjuntamente".
Por Voz da Bahia