Febre, vômito, falta de apetite e diarreia são alguns dos sintomas que têm afetado diversos soteropolitanos nas últimas semanas. Segundo o infectologista Robson Reis, estes sinais são indícios de um rotavírus – doença transmitida pelo contato direto entre as pessoas, seja por objetos, água e alimentos contaminados e até mesmo um simples aperto de mão.
“Após o contato com o vírus, a pessoa pode levar até dois dias para manifestar os sintomas do rotavírus. A cada grama de fezes de uma pessoa infectada é eliminada mais de um bilhão de partículas virais, sendo que, em apenas 100 partículas, é possível desenvolver a infecção”, explicou Robson.
Na última semana, a empresária Rossana Juste Mariz, 33 anos, passou por essa situação com o filho de 8 anos. Segundo ela, os sintomas persistiram durante sete dias. “Ele passou o sábado inteiro bem, mas quando foi na madrugada de domingo, 23, acordou vomitando e com uma febre de 39 graus. Liguei para a pediatra e ela me passou algumas instruções e indicou alguns medicamentos para os respectivos sintomas apresentados”, disse.
Com uma situação mais grave, comparada a do filho de Rossana, a professora Tereza Cristina Torres Guimarães, 50 anos, sentiu diarreia, falta de apetite, vômitos frequentes, além de fraqueza nos braços e nas pernas. Ela, que é moradora do município de Acajutiba (a 191 quilômetros de Salvador), esteve na capital baiana no último sábado, 28, mas na manhã do domingo, 30, já na cidade onde reside, começou a sentir os sintomas.
“Eu não tenho ânimo para nada. A única vontade é de ficar na cama. É uma situação horrível, uma moleza no corpo de forma que nunca me aconteceu,” declarou ela, que acredita que pegou a doença em Salvador.
A professora contou ainda que não procurou um médico, porque já assistiu alguns noticiários que mostraram que ainda não há um remédio específico para esses sintomas. “Estou tomado meus remédios por conta própria, além de beber muito líquido e comer muitas frutas. Tenho notado uma melhora nos vômitos, mas ainda assim continuo indisposta,” disse Tereza.
Cuidados
De acordo com as orientações do infectologista, além da higienização, existem outras formas indispensáveis de prevenção. “Lavar as mãos e os alimentos, isolar o banheiro e os objetos de quem está contaminado são de suma importância”, afirmou.
Ainda segundo Robson Reis, que também é professor da Escola Baiana de Medicina, o rotavírus pode evoluir para desidratação, distúrbio hidroeletrolítico, insuficiência renal e até a morte. “Esta é uma doença que pode afetar qualquer pessoa, mas as complicações podem ser maiores para crianças menores de 2 anos, idosos e pessoas imunocomprometidas (imunidade baixa), sendo assim os cuidados devem ser redobrados.
Conforme o especialista, beber bastante líquido, evitar o consumo de leite e seus derivados, evitar alimentos gordurosos, repousar são alguns cuidados básicos que devem ser tomados por quem está contaminado pelo vírus, já que ainda não existe um tratamento específico.
Secretarias
Procuradas pela equipe de reportagem Portal A TARDE para saber sobre o número de pessoas que já foram diagnosticadas com a doença, as secretarias Estadual (Sesab) e a Municipal de Saúde (SMS) informaram que ainda não possuem nenhum registro sobre o caso.
Por A Tarde
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