O novo medicamento uma vez na corrente sanguínea, age como uma espécie de “blindagem” contra o HIV. Se o vírus entra, o remédio – uma combinação de duas substâncias antirretrovirais – elimina qualquer possibilidade de infecção.
O Truvada, nome comercial do composto, é fabricado pela farmacêutica americana Gilead e já era usado há alguns anos no coquetel de tratamento de soropositivos. Agora, sabe-se, é eficiente também para gente que nunca entrou em contato com o vírus, mas flerta perigosamente com a possibilidade, como profissionais do sexo, por exemplo.
A criação do medicamento é um paliativo, ele antecede o avanço da medicina em curar a infecção ou que possa pelo menos evitar que ela se alastre. Segundo testes clínicos, se seguida à risca, a PrEP tem 99% de eficácia. Em se tratando de Aids, dispensaria a camisinha. Para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis, no entanto, em nada acrescenta. É esse um dos maiores pontos de discordância de quem se coloca contra a adoção do método.
“Ele não chegou para substituir a camisinha”, argumenta Juan Carlos Raxach, médico e coordenador da área de promoção da saúde e prevenção da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia). “A camisinha ainda é, por excelência, a rainha para impedir a infecção por HIV e outras DSTs. O Truvada chegou para ampliar as possibilidades de prevenção”, resume.