Congresso discute avanços na cirurgia 3D e Inteligência Artificial

Por Redação
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Crédito da Foto: Divulgação

Inteligência artificial, cirurgias em 3D, terapia genética e a utilização de células tronco na oftalmologia são os principais temas do XXIV Congresso Norte-Nordeste de Oftalmologia, que acontece em Salvador, a partir de hoje (15/3) até o próximo sábado (17/3), no Othon Palace Hotel.

Serão mais mil congressistas, com 382 palestrantes, nacionais e internacional. Com o tema “Inovação, a Revolução do Novo”, o congresso trará uma série de novidade no país, como simuladores para treinamento médico da área, demonstrações do funcionamento da Inteligência Artificial no diagnóstico de doenças, além de aulas para demonstração das cirurgias em terceira dimensão.

De acordo com o presidente da Sociedade Norte Nordeste de Oftalmologia (SNNO), Jorge Rocha, o segmento médico, em especial a oftalmologia, está vivendo um acelerado processo de disrupção, com a alta tecnologia alterando os padrões de diagnóstico e técnicas cirúrgicas.

“Quando falamos de alta tecnologia não estamos nos reportando para um futuro. Já é o nosso presente. O uso da IA já é realidade no mundo, como também o uso das cirurgias 3D na Bahia”, afirma ele, um dos pioneiros desta técnica, na Bahia. Nestas cirurgias, lembra ele, os microscópicos são substituídos pelos óculos 3D e a cirurgia é guiada pela imagem em monitores de televisão.

Já na IA a pessoa pode ter seu diagnóstico decidido por um poderoso algoritmo na nuvem. A IA é baseada em deep learning, uma espécie de aprendizado de programa de computador por conta própria. O processo é simples. O médico tira a foto do olho do paciente e encaminha para o sistema, via computador, que consegue detectar doenças graves, como processos degeneração de mácula, glaucoma e retinopatia diabética. Segundo Rocha, que já trabalha com este sistema, o percentual de erro é de apenas 5%, e terá como mérito maior o custo do exame, que tende a cair e o alcance de parcela da população hoje desassistida.

“Muitas pessoas perdem a visão em função da distância de centros de diagnóstico e pela desinformação. Outro benefício é que o paciente poderá ter seu diagnóstico precoce e evitar perda da visão”, disse Jorge Rocha. Mesmo sem números precisos, a estimativa é de que ao menos 15 milhões de pessoas no Brasil têm diabetes e risco elevado de apresentar retinopatia diabética e perda da visão.

Durante o congresso, os participantes poderão utilizar os simuladores de cirurgia oftalmológica. Hoje, existem apenas dois destes aparelhos, em todo o país. “Esta é uma grande novidade no setor. Os médicos residentes, ou os profissionais que querem se especializar em outra técnica cirúrgica, podem treinar sem risco a nenhum paciente”, disse o presidente da SNNC, Jorge Rocha.

Para falar de células tronco, foi convidado um dos pioneiros desta pesquisa nos Estados Unidos, o médico oftalmologista Lawrence P. Chong. A técnica é muito incipiente no mundo inteiro, mas os estudos mostram um campo vasto de possibilidades. “É uma área que vai crescer, mas ainda vamos precisar de muitos anos de pesquisa na área”, afirma Rocha.

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