Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta na noite da última quinta-feira (10) sobre o uso do medicamento ivermectina como forma de tratamento ao novo coronavírus.
De acordo com o órgão ligado ao Ministério da Saúde, o uso da droga não é recomendado para a doença causada pelo coronavírus e foi taxativa ao afirmar que “não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desse medicamento para o tratamento da Covid-19”.
O uso de medicamentos sem orientação médica e sem provas de que realmente estão indicados para determinada doença traz uma série de riscos à saúde”, advertiu. Na última quinta-feira (9), a prefeitura de Cachoeira, no Recôncavo, anunciou a distribuição de kits com ivermectina e azitromicina para pacientes diagnosticados com o vírus Sars-CoV-2.
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No caso da ivermectina, os principais problemas listados pela Anvisa são: diarreia e náusea, astenia, dor abdominal, anorexia, constipação e vômitos; em relação ao sistema nervoso central, podem ocorrer tontura, sonolência, vertigem e tremor. As reações epidérmicas incluem prurido, erupções e urticária.
O órgão acrescenta que, até o momento, existem 26 estudos clínicos sobre a eficácia do produto, tanto na prevenção quanto no tratamento da Covid-19. No Brasil, apenas um estudo foi localizado, realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com previsão para conclusão em julho de 2021.
“Trata-se de um estudo acadêmico, que não passou pelo procedimento de anuência da Anvisa. Não existem, ainda, resultados conclusivos sobre a eficácia da ivermectina no combate à Covid-19”, enfatiza em texto publicado em seu site oficial.
Em entrevista a Rádio Metrópole, o cardiologista Maurício Nunes alertou que somente infectologistas ou pneumologistas podem prescrever medicamentos para o combate ao novo coronavírus.