País relatou maior taxa de infecções pelo coronavírus desde o início da pandemia, com quase 53 mil novos casos. Incidência de novos contágios por cem mil habitantes em sete dias bate recorde pelo décimo dia seguido.A Alemanha registrou um novo recorde de infecções pelo novo coronavírus nesta quarta-feira (17/11). Em todo o país foram registrados 52.826 novos casos nas 24 horas anteriores. A incidência de novas infecções para cada grupo de 100 mil habitantes nos últimos sete dias chegou a 319,5, o que também é recorde pelo décimo dia seguido.
Em toda a Alemanha também foram registradas 294 óbitos relacionados à doença respiratória covid-19, causada pelo coronavírus Sars-CoV-2. O número demonstra que, apesar da alta taxa de infecções, a taxa de óbitos permanece abaixo da linha registrada no pico da pandemia no país, em dezembro de 2020 – um fator atribuído principalmente à vacinação de 67,7% da população alemã.
Os dados mostram que pessoas não vacinadas são, de longe, o principal grupo de contaminados. A Alemanha passa já há vários dias por uma forte alta nas infecções e está em meio a uma virulenta quarta onda da covid-19, que assola o país desde o final de outubro.
Vacinação insuficiente para conter avanço da pandemia
Especialistas apontam que a imunização completa de cerca de dois terços dos alemães, porém, não é alta o suficiente para manter o vírus sob controle. Um dos virologistas mais conhecidos da Alemanha, Christian Drosten, previu na última semana que o país poderia presenciar mais de cem mil mortes relacionadas à covid-19 durante o inverno europeu se a taxa de vacinação não aumentar e outras medidas não forem tomadas para conter o avanço do vírus.
Analistas também apontam que os números de infecção deverão aumentar neste inverno, também por causa de um aumento de reuniões no interior de casas com a aproximação das festas de fim de ano.
Alemanha estuda liberar terceira dose para adultos acima de 18 anos
Os governadores dos 16 estados federados alemães deverão se encontrar na quinta-feira para discutir medidas de combate à quarta onda de covid-19. As decisões poderão incluir medidas mais severas de porte de máscaras e exigências de provas de imunização ou recuperação de covid-19 para poder visitar eventos ou locais como concertos, restaurantes e bares.
Os políticos também querem conversar sobre como superar a hesitação de parte da população alemã sobre a vacina contra a covid-19.
O ministro da Saúde, Jens Spahn, disse em entrevista nesta quarta que estuda-se a possibilidade de oferecer doses de reforço da vacina para todos os adultos acima de 18 anos de idade, até antes do fim dos seis meses decorridos após a segunda dose da vacina, período considerado de alta imunidade contra o coronavírus.
A proposta, no entanto, foi rebatida com críticas de associações médicas e grupos de defesa de pacientes. Um argumento é que a ampliação do público apto a tomar a terceira dose poderia prejudicar grupos de pessoas mais vulneráveis, que precisam da vacina com mais urgência.
A Comissão de Vacinação da Alemanha, conhecida como Stiko, afirmou que vai discutir a questão nesta quarta e emitir regras que poderiam autorizar a dose de reforço para adultos maiores de 18 anos no país.