Com 2.963 casos confirmados de varíola dos macacos (monkeypox) no Brasil, o país ainda tem 2.963 casos suspeitos que aguardam resultado de um teste de diagnóstico, segundo o balanço de dados compilados pelo governo federal até a última terça-feira (9).
De acordo com o g1, 6.986 exames diagnósticos foram realizados até o momento em laboratórios públicos do país. Para confirmar a doença, o SUS tem oito laboratórios de referência que analisam as amostras coletadas no Brasil.
Mas, a testagem para casos de varíola dos macacos ainda não ocorre de forma ampla. Embora disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), ainda é necessário desenvolver testes específicos para serem comercializados, além disso, há a dificuldade em obter reagentes que possibilitem capacitar mais centros de testagem.
“O diagnóstico hoje é um grande gargalo – ter poucos lugares que fazem, demorar tempo entre a coleta do material e a resposta do diagnóstico para o profissional de saúde, do profissional de saúde para o paciente, isso é ruim”, avalia a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em entrevista para o g1.
Outro ponto é a preciptação da rede privada, que desenvolvem os próprios métodos para dar conta da demanda. O setor é responsável por mais da metade dos testes já feitos no Brasil, mesmo sem que o custeio dos planos de saúde.
Há a expectativa de que, nas próximas semanas, a Anvisa libere para comercialização, testes de varíola dos macacos desenvolvidos por empresas privadas, facilitando o acesso e provocando uma eventual diminuição dos preços.
De acordo com o Ministério da Saúde, o diagnóstico para monkeypox é feito exclusivamente por meio de teste tipo PCR. O exame avalia o material genético nas amostras das lesões, por técnica de biologia molecular com grau de sensibilidade superior a 95%.
Ainda não há registro comercial de testes na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) específicos para a varíola dos macacos. A agência avalia seis pedidos de registro de testes comerciais, dois deles fabricados pela Fiocruz.
Já os testes utilizados na rede privada foram desenvolvidos pelos próprios laboratórios e não podem ser comercializados.
Laboratórios de referência para o SUS
Até 6 de agosto, conforme informações disponíveis no site do Ministério da Saúde, oito laboratórios eram responsáveis por processar amostras e diagnosticar a varíola dos macacos no Brasil:
Laboratório de Enterovírus da Fiocruz-RJ;
Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias;
Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz;
Consórcio entre o Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e o Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen/DF);
Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen/RS);
Laboratório de Referência Regional em Enteroviroses do Instituto Evandro Chagas, no Pará;
Instituto Leônidas e Maria Deane, ligado à Fiocruz do Amazonas.