A maconha sintética, também conhecida como canabinoide sintético, é uma droga criada em laboratórios clandestinos para imitar os efeitos da maconha, mas com uma potência muito maior, cerca de 100 vezes mais forte que a cannabis natural. Existem mais de 300 variedades da droga identificadas até 2022, e ela é vendida em formas como erva, líquido para borrifar em papéis ou para ser dissolvida embaixo da língua. O K2, conhecido como Spice, foi a primeira versão a ser vendida no mundo em 2004. A droga é barata e vem sendo usada por grupos vulneráveis, como crianças, pessoas em situação de rua e presidiários.
Os canabinoides sintéticos agem nas mesmas regiões do cérebro que o THC, o princípio ativo da maconha natural, mas são muito mais tóxicos e lesivos. Os efeitos da droga incluem quadros psiquiátricos graves, como psicose, crises de ansiedade e pânico, alucinações, agitação psicomotora, euforia intensa e dependência da droga. Podem também ser responsáveis por diversas doenças clínicas, como crises convulsivas, acidente vascular cerebral, déficit cognitivo e de memória, hipertensão, taquicardia, infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal e até mesmo levar à morte.
É difícil saber quando a maconha sintética chegou ao Brasil, porque ela é facilmente modificada em laboratório, o que torna sua identificação muito difícil. Há notícias de apreensões desde 2018 em presídios, com um aumento muito significativo nos últimos três anos. A Anvisa proibiu o uso do canabinoide sintético JWH-018 em 2010 e, em 2016, toda a classe dos canabinoides sintéticos. É fundamental que as pessoas tenham conhecimento sobre os reais efeitos danosos de uma intoxicação grave decorrente desse consumo, já que são drogas novas no Brasil e seu uso vem crescendo nos últimos anos.