Medicamento osimertinib mostra eficácia em reduzir risco de morte por câncer de pulmão, aponta estudo

Por Redação
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Cientistas da renomada Universidade Yale, nos Estados Unidos, anunciaram resultados promissores no combate ao câncer de pulmão. Segundo o estudo apresentado no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), um novo medicamento, chamado osimertinib, demonstrou uma redução significativa de 51% no risco de morte dos pacientes que passaram por cirurgia ao longo de cinco anos.

Os resultados foram obtidos a partir de um ensaio clínico que envolveu 682 pacientes de 26 países diferentes. A droga foi administrada a voluntários que possuíam um tipo específico de câncer pulmonar relacionado a mutações no gene EGFR, o que corresponde a cerca de um quarto dos diagnósticos desse tipo de câncer. Os pacientes incluídos no estudo haviam passado por cirurgias em estágios relativamente precoces do tumor, abrangendo os estágios 1B, 2 e 3A.

A cirurgia é considerada o tratamento de escolha para o câncer de pulmão quando possível, envolvendo a remoção do tumor, margens de segurança e linfonodos próximos ao pulmão e no mediastino. Essa abordagem tem se mostrado eficiente para proporcionar melhores resultados e controle da doença.

O câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum tanto em homens quanto em mulheres no Brasil, representando cerca de 13% de todos os casos novos de câncer, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Os resultados do estudo mostraram que o medicamento osimertinib permitiu uma sobrevida de 88% dos pacientes que receberam a droga, em comparação com 78% dos que receberam placebo. Essa eficácia do fármaco em aumentar a sobrevida dos pacientes foi considerada significativa pelos pesquisadores e abre caminho para o seu potencial uso como tratamento padrão para esse tipo de câncer de pulmão.

Os cientistas continuam analisando os dados do ensaio clínico e esperam divulgar novas informações sobre a capacidade do osimertinib em bloquear a ação de tumores residuais nos próximos meses. Esse avanço representa uma grande esperança para os pacientes diagnosticados com câncer de pulmão e pode impactar positivamente o tratamento e as perspectivas de vida dessas pessoas.

A multinacional AstraZeneca, responsável pelo desenvolvimento do medicamento, já o distribui com o nome comercial Tagrisso. A empresa destacou a importância de diagnosticar precocemente os pacientes com câncer de pulmão, testá-los para mutações no gene EGFR e tratar aqueles que possuem essa alteração genética. Essa abordagem personalizada e direcionada aos pacientes com mutação no EGFR tem se mostrado cada vez mais eficaz no combate a essa doença devastadora.

Os resultados positivos do estudo conduzido pela Universidade Yale e a possibilidade de adoção do osimertinib como tratamento padrão trazem esperança e novas perspectivas no combate ao câncer de pulmão. A comunidade médica, os pacientes e seus familiares aguardam ansiosamente por mais avanços nessa área, que podem trazer mais vida e esperança para aqueles afetados por essa doença tão desafiadora.

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