Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave aumentam no Brasil, afirma Fiocruz

Por Redação
4 Min

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28/3) aponta um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças, jovens e adultos em todo o país. Esse quadro é resultado do crescimento de diferentes vírus respiratórios, como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus, em vários estados.

A análise também indica uma tendência de queda nos casos de SRAG na população acima de 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como à redução dos casos na região Sul.

Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, destaca que essa conjuntura mascara o aumento dos casos de SRAG provocados por outros vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. Segundo ele, o cenário atual reflete a manutenção da queda nas internações por Covid-19 no Centro-Sul, ao mesmo tempo em que há um aumento de casos de VSR e rinovírus em praticamente todo o país, incluindo o Centro-Sul, e de influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

Ao analisar o total de novas internações por SRAG nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, sem considerar faixa etária, observa-se uma estabilidade. No entanto, Gomes acredita que esse cenário se deve à queda nos casos de Covid-19, o que mascara o aumento nas internações causadas por outros vírus respiratórios.

Em relação às crianças, onde o VSR e o rinovírus são mais comuns nas internações, há um claro aumento nos casos de SRAG, conforme explica o pesquisador. Ele enfatiza a importância dos cuidados preventivos, como buscar orientação médica em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, além de repouso e uso de máscara ao sair de casa. A vacinação contra a gripe também é fundamental e está disponível em diversos locais.

No que diz respeito à mortalidade, a incidência de SRAG por Covid-19 continua afetando profundamente as crianças de até dois anos e os idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado um crescimento significativo na incidência de SRAG em crianças pequenas, superando a causada pela Covid-19 nessa faixa etária.

Outros vírus respiratórios, como o Sars-CoV-2 (Covid-19) e o rinovírus, também são destacados pela incidência de SRAG em crianças pequenas. Por outro lado, o vírus influenza tem aumentado a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por SRAG, tem se mantido mais elevada nos idosos, com a Covid-19 predominando.

A Fiocruz identificou crescimento nos casos de SRAG em 22 capitais do país, além de Salvador. As cidades afetadas são Aracaju, Belém, o plano piloto e arredores de Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, São Luís, Teresina e Vitória.

Compartilhe Isso