Uma operação da Receita Federal junto com a Polícia Federal apreendeu na madrugada desta terça-feira (09) uma carga de 279,5 kg de cocaína no porto de Salvador. A droga apreendida, que está avaliada em R$ 30 milhões, foi localizada pela alfândega da Receita Federal do Porto de Salvador e pelo Núcleo Especial de Polícia Marítima da Polícia Federal. As mochilas com 279,5 kg de cocaína estavam dentro de um carregamento de borracha que tinha como destino final o porto de Antuérpia, na Bélgica.
“A apreensão é resultado da troca de informações entre os órgãos, somado ao aprimoramento do trabalho de análise e gerenciamento de risco e uso intensivo de tecnologia da Receita Federal na aduana. Na tentativa de exportação das drogas, suspeita-se do emprego da técnica criminosa conhecida por “rip-off”, em que a droga é inserida em uma carga regular, sem o conhecimento do proprietário”, afirmou a Receita Federal, em nota. A Polícia Federal, segundo a Receita Federal, dará prosseguimento à investigação para identificar os responsáveis pela carga. Ninguém foi preso.
Carga pesada
Esta não é a primeira grande apreensão de drogas realizada pela PF no porto da capital baiana. Há pouco mais de um mês, a polícia apreendeu cerca de 560 kg de cocaína, avaliados em R$ 117,6 milhões, também com destino à Antuérpia. Esta foi a maior apreensão já feita pela PF no Porto de Salvador. Na época, o delegado da Polícia Federal, Fábio Muniz, responsável pela investigação, informou que a droga estava dividida em blocos, dentro de uma carga de assoalho.
O navio, que seguia viagem pela costa brasileira, já havia passado pelos portos de Santos, em São Paulo; Paranaguá, no Paraná; Navegantes, em Santa Catarina, Rio de Janeiro e Salvador – de onde seguiria viagem para a Europa. De acordo com o superintendente adjunto da RF, Ricardo Machado, a carga foi considerada suspeita após ser identificada uma divergência nos lacres dos contêineres. “Fizemos uma operação interna dentro do navio, que é de grande porte, e detectamos a divergência nesses instrumentos. Após passar por escaneamento, foi identificada uma carga distinta da que foi declarada à Receita e, ao abrir, encontramos a droga”.
Conforme Ricardo, as investigações, que contaram com o apoio do Núcleo Especial de Polícia Marítima da Polícia Federal, se intensificaram depois que R$5 milhões em produtos contrabandeados foram apreendidos no Porto de Salvador, no início deste mês. “Suspeita-se do emprego da técnica criminosa conhecida por ‘rip-on/rip-off’, quando a droga é inserida em uma carga regular, à revelia tanto de quem envia, quanto de quem recebe”, pontuou.
“O navio passou por alguns portos no Brasil e é possível que a droga tenha sido plantada em qualquer um desses lugares. Estamos ouvindo os policiais envolvidos na operação e os auditores da receita para chegar ao verdadeiro proprietário da droga, que não é o mesmo dono da carga – é como se a droga estivesse pegando uma carona”, salientou.